João Pessoa, 08 de dezembro de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Mais de 1.000 estudiosos, filólogos e espiritualistas foram ao velório da bruxa Klotiwdee, realizado na antiga Fábrica de vagões de metrô no Butaga do Norte, ex-Síria, na sexta-feira passada.
A cápsula de lítio estava totalmente lacrada e o local decorado com as vários hologramas de coroas de flores enviadas por amigos, admiradores e pela Associação Mundial de calamidades.
Na entrada, após passarmos o Portal de íons, um imenso painel de grafeno mostrava fotos de acidentes, terremotos, tsunamis, pestes, e diversos momentos que nossa estimada Klo havia anunciado como temeridades. Klotiwdee era discreta no que fazia e nunca errava uma previsão. Lembro-me quando falou que, após a pandemia, lá pelos idos de 2022, avistaríamos carros voadores, falou da intensa tecnologia vibrante, dos trens de propulsão eletromagnética, da vida mais rápida e agitada, da volta de criaturas de um passado distante, da cura do hiv e outras doenças viróticas.
Como Klotiwdee faz falta! Eram centenas de estudiosos do mundo todo que vinham escutar seus conselhos e ler suas famosas cartas apocalípticas. Lembro bem de uma carta sua que escreveu para o filho em dezembro de 2021, dizendo que era uma desertora apenas desse Planeta e que partiria em duas décadas, mas ficaria por perto para ajudar na recuperação de cidades arrasadas.
Todos estariam muito abalados e comunidades estariam com os dias contados, mas não o mundo, o mundo permaneceria mundo, mas totalmente distinto, apenas mais vulnerável, inconsequente, sujeito a guerras inteligentes de dados científicos, povos desconhecidos entrariam em contato direto e se alastrariam por toda parte, assim como animais e o consequente desarranjo familiar provocados pelo metaverso que seria desastroso, a ganância e fome irrefreáveis em algumas regiões acometeriam ricas nações, erupções de vulcões nunca dantes vistos formariam novos bolsões de solidariedade.
Por tudo isso, o eixo da terra mudaria, um calor intenso e um frio intenso se alocaria num mundo dividido em norte e sul, muitos integrarão a equipe que receberá treinamento de sobrevivência específico para o momento de expiação (quase uma certeza) de catástrofes de impacto mundial. Teríamos que nos acostumar a novos tempos, as comidas de laboratório serão a salvação, a energia limpa e renovável será a salvação, a união de povos antes inimigos será a salvação, a cooperatividade será a salvação, a Natureza será finalmente a solução.
Toda dor será recompensa de novos tempos de união e solidariedade. Hoje sou o pupilo mais agradecido aos ensinamentos de Madame K. Moro no topo da colina Andurra, o que restou de Portugal, vivo em um dos domos de adobe, recheado de painéis solares, um reservatório de energia em nossas mochilas, certo tipo de estufa para espantar o frio, um criadouro de criaturas gigantes 4 vezes maior que o elefante, mas que não possui cérebro, devido a mudança do seu DNA, apenas cresce e se alimenta de terra, sol e água do mar, canalizada aqui para o alto.
No acampamento ao lado vivem os Golontes, povos do Planeta Werbrion que se comunicam perfeitamente conosco através dos capacetes da Eritron, pois são os tradutores da frequência de nossos chips de pulso, os deles são nos pés e são traduzidos a todo instante para melhorarmos nosso sistema de transporte pessoal aéreo, estamos num escambo, eles nos fornecem um tipo de ultratecnologia e nós vos ensinamos o que nos resta de melhor, o amor.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
TURISMO - 19/12/2024