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“Identidade cultural de uma nação chamada Nordeste”. É assim que Santanna, O Cantador, recebeu a notícia nesta quinta-feira (9) do reconhecimento do forró como patrimônio cultural e supergênero musical do Brasil. Em entrevista ao Programa Hora H, da Rede Mais Rádio, o artista celebrou o título e a importância do ritmo para a região.
“Antes tarde do que nunca. Acredito que a nação nordestina está muito feliz com essa comenda. O forró merecia isso a muito tempo, é um projeto de vida, é identidade cultural de uma nação chamada Nordeste. Estou muito feliz, como não podia deixar de ser e parabenizar a todos esses fazedores de forró pelo mundo afora.”, comemorou.
De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o forró é considerado um supergênero por agrupar ritmos e expressões musicais como o baião, o xote, o xaxado, o chamego, o miudinho, a quadrilha e o arrasta-pé.
Para o cantor e compositor Santanna, o reconhecimento que o forró recebeu é de fundamental importância, uma vez que o ritmo cumpre também um papel social.
“O forró é filosofia, ele não é somente uma música para dançar. O forró que a gente faz reúne todas as tribos, mesmas idades, credos, status, todos níveis sociais e intelectuais no mesmo ambiente. Todo esse povo se junta no mesmo ambiente para ouvir forró. Não é só fazer uma letra boa e tocar, é muito mais do que isso. Exige uma interação muito grande com a família. A gente não é somente música para ouvir. É muito forte. É uma poesia de boa qualidade, melodias maravilhosas. Uma fonte de inspiração inesgotável.” disse o cantor.
Processo de reconhecimento
A solicitação de registro das matrizes tradicionais do forró foi encaminhada ao Iphan pela Associação Cultural Balaio Nordeste, de João Pessoa, na Paraíba. Depois do pleito, o processo foi aberto em 2011.
Antes o forró era considerado uma criação artística relativa ao universo do homem sertanejo. A primeira gravação com o termo “forró”, conforme a pesquisa do Iphan, foi feita em 1937 pelos músicos Xerém e Manoel Queiroz, intitulada “Forró na roça”.
João Cunha – MaisPB
OPINIÃO - 06/11/2024