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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

São tantos

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publicado em 29/01/2022 às 09h16
atualizado em 29/01/2022 às 06h36

Há os que são astros e os pobres diabos. Há os que pegam a doença e há os que já nascem doentes.

Há os orgulhosos, mesquinhos, sem coração.

Há quem diga que esse mar não é meu.

Há os que dizem que a terra é sua e ao firmar-se nela, não notam como seu pé vai se metendo num buraco sem fundo.

Há os coitados, os que dormem nas ruas, os que nunca fazem sexo.

Há os que já se foram nunca esquecidos. E existem as almas. Há os que vivem com a cabeça no biloto.

Há os que gostam de tirar onda da cara do outro. Há os que choram de rir.  Há os que não saem do límbico

Há os pedófilos, desumanos e padres aos pés da Santa Cruz.

Há os deprimidos, oprimidos, fodidos e há quem grite –  aqui estão minhas raízes, ou suas, mas é das raízes do outro que vive, parasita do que o outro colhe e ordenha, do que o outro brota e floresce.

Há os que falam baixo, os que gritam e os que não dormem.

Há o psicopata e os doidos varridos.

Há os talentosos e os blefes. Há os que amam e odeiam. Há os  fedidos.

Há os mal-educados, caducos, eunucos, garanhões

Há os que fazem sexo pelo computador, os que dizem que leem sem ler e há os que aprenderam a ler e são analfabetos.

Há os mitos, apitos e fábricas.

Há quem não tenha os pés no chão e os calejados.

Há os que comem com os olhos. E há os cegos

Há os raíz, travestis e os enrustidos

Há os que esquecem que as raízes vigiam e cuidam, atentas ao menor movimento da terra, que é de ninguém, que é dela mesma.

Há os que guardam segredos. Há os verdes, pretos, azuis e algodão.

Há os que estendem a mão e os que chutam outros.

Há os pidões, os com prisão de ventre e os presos em si mesmos.

Há os racistas, terroristas, ditadores e há os pássaros.

Há os que são “cobras” e os que destilam veneno.

Há os crânios, as bestas, fofoqueiros e há os que chamam os outros de cachorro.

E chama os gordos de baleia. Há os empombados.

Há os eternos“bichos” paz e amor. E há os machões frouxos.

Há os ateus, os filhos de Deus, Jeová e os que viram Jesus.

Há os idiotas – muitos, muito mais e os que não escovam os dentes.

Há os que brilham e os que vivem na escuridão.

E todos morrem.

Kapetadas

1 – Quando eu me sentir insuportável, é só eu lembrar de Fulano.

2 – Meu paladar amadureceu para tudo, menos para podridão

3 – Som na caixa: “É um grito que se espalha/É uma dor Canalha”, de Walter Franco.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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