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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Alucinações no  Vale do Capão

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publicado em 30/01/2022 às 08h04

Vocês precisam conhecer um senhor aqui do Vale do Capão. Seu Paulo diz que anda vendo no chão, uns bichinhos azuis felpudos, outra hora diz que parece com besouro, noutro momento diz parecer uma libélula. Ele tenta pegar a libélula azul, mas diz que elas são muito rápidas, não consegue nem espantá-las direito.

Mas, só que ao mostrar para seu mim e Andrea, aqui pelo retiro, nós não vemos nada. Isso pode ser alucinação? Alucinação é a percepção REAL de algo INEXISTENTE. Ou será que é algo que faz parte da resposta da meditação?

Ou seja, nosso estimado Paulo acredita que é real o que ele vê, a tal LIBÉLULA AZUL,  (foto) diferente do delírio em que a pessoa vê, mas sabe que não é real, ou pode ser “coisa da sua cabeça” ou coisa de LSD, ou coisa de mediunidade mesmo.

A conclusão é que SIM, Paulo pode estar tendo alucinações visuais. Mas, pior que ele, é minha amiga Andrea, que tem pavor a baratas. Ela vê baratas em todo lugar, o parafuso da van é uma barata, um comprimido esquecido na mesa da cozinha é uma barata, até a unha da Raquel pintada de preto, ela já confundiu com uma barata.

No ônibus intermunicipal, mesmo sendo Leito, alguém falou a palavra barata atrás de nós, Andrea acordou de um sono profundo, desfez sua fantasia de múmia e perguntou: – Onde tem barataaaaa? A garota assustada, atrás de nós, respondeu que não havia barata, era a passagem que estava em promoção, que ela achou muito barata.

Essas pessoas citadas devem procurar ajuda e descobrir o porquê de tanto pensamento de terror com insetos. E podem haver muitas causas, pode nem ser alucinação. Agora eu lembro que no escritório da Gal, nossa amiga bruxinha, tinha umas “cucarachas” legais, eu vivia a esconder as baratas da vista da Andrea em certos momentos.

Confesso que no episódio do ônibus, havia uma barata dessas francesinhas, eu pedi, todo me contorcendo ao lado, cheio de mungangas, pra moça não falar que havia baratinhas pelo salão do “bus”, e, sobre Seu Paulo, tadinho dele, fomos a uma prática naturista num Poço da Cachoeira do Riachinho, hipergelado por sinal, e, avistamos tantas libélulas azuis voando em zigue-zague, que choramos juntos, copiosamente, por termos duvidado da sanidade de Seu Paulo.

As libélulas pousavam em mim enquanto eu lembrava de um episódio na cozinha onde travei uma luta contra uma cuca (barata) que saiu de sua morada(cabo da panela de pressão) após a onda de calor intenso e estava prestes a pular nas costas da Andrea enquanto ela estava super calma lavando os pratos da nossa refeição anterior e a abóbora a levantar fervura nessa panela. Até hoje ela não sabe da minha luta silenciosa e do segredo do nosso jantar à luz de baratas!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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