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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

02/02/2022

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publicado em 02/02/2022 às 07h13
atualizado em 02/02/2022 às 08h13

Quem mandou eu escrever esta mensagem foi yemanjá. Yemanjá está descontente porque cada vez mais ela se desencontra com os prazeres e exageros dos seres humanos e pede para nos contar que já mandou até os seus amigos tubarões afugentarem pessoas e morderem crianças para alertar os humanos de que seu sustento está acabando.

Os humanos, principalmente os mais vorazes, os orientais, estão cada vez mais destruindo Flora e Fauna marinhas e a mãe das águas de sal já está completamente descontente com os seres racionais do Planeta Terra.

Oguntê fala que vai partir pro plano número dois, pois já sabe que em 10 anos acabará o alimento sagrado do ecossistema marinho. Não terão mais peixes de água salgada, nos restará os habitantes de água doce para matarmos a saudades de um sabor que não sentiremos mais. Odoyá, “mãe cujos filhos são peixes”, conta que partirá brevemente para o plano número três, o plano consiste em movimentar todas as águas e fazer com que todas as pessoas se sintam responsáveis por cada centímetro de Mar avançado nas costas do planeta.

Yemanjá conta que não resistirão as vias costeiras mundiais do jeito que estão.

A Deusa de azul e branco afirma que cada cidadão que respira, sentirá a fúria, não de sua vingança, mas das consequências de seus próprios atos. Garoupa, galo, marlin, albacora, soldado, corvina, meca, Agulhão-Bandeira, Anchova, Badejo, Bagre, Cavala, Barracuda, pescada, sardinha, Betara, Bicuda entre todos, ficarão na memória e nas citações de séries da Netflix. A moqueca baiana nunca mais será a mesma. Omega 3 será mais raro que ouro e diamante.

Ela repete que apenas nos restará a sem graça tilápia de água doce e sabor beterraba pra resgatar a memória de um era de farturas e retrogostos. Yemanjá prepara outro plano de elevação do fundo do mar. Todas criaturas gigantes, sombrias e abomináveis emergirão e habitarão nosso novo patamar de balneabilidade. Significa que teremos restrição de banhos e mergulhos.

O medo reinará nas águas turvas, pois a rainha do mar prepara o opacamento das águas cristalinas. Quem viver, verá o confinamento, algo parecido com o que passamos na Covid-19 em terras firmes. Quem viver, viveu. Quem morreu, se livrou! O mundo caminha para outra programação. Será um grande período de restrição, quarentena duradoura de águas salgadas, até que tudo se refaça e os Navios gigantescos assassinos enferrugem por falta de morada e navegação.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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