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trabalho análogo à escravidão

Mulher é resgatada após quase 40 anos

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publicado em 04/02/2022 ás 12h06
atualizado em 04/02/2022 ás 16h22
Foto: Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM)/Divulgação

Uma operação deflagrada pela auditoria-fiscal do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), Polícia Federal (PF) e Defensoria Pública da União (DPU) resultou no resgate de uma mulher de 57 anos, que vivia em situação análoga à escravidão, em Campina Grande. A mulher trabalhava como doméstica há 39 anos e está doente devido ao trabalho excessivo.

A operação foi realizada a partir de uma denúncia feita Disque Direitos Humanos – por meio de ligação ao número 100 – sobre a possível exploração de trabalho. A vítima é natural de Cuité e foi levada aos 18 anos pelo empregador para trabalhar para a família dele. Ela era responsável por cuidar dos patrões idosos, limpava a casa, arrumava e cozinhava, além dos cuidados com a matriarca da família que ficou acamada e com dificuldades de locomoção.

Segundo as autoridades, ainda havia um processo de coação psicológica que a levava a aceitar as condições indignas de trabalho com afirmações de que ela teria responsabilidades com os idosos por ser uma pessoa considerada da família.

A casa ainda tem cerca de 100 cães que foram adotados pelo dono da casa. A jornada da trabalhadora iniciava por volta das 7h e se encerrava após a meia-noite por causa da obrigação de limpar toda a casa e espaços destinados ao abrigo dos animais, além de alimentá-los. A trabalhadora possuía um adoecimento nas mãos, com coceira, dor e inchaço nas unhas.

Apesar da mulher receber salário mensal, 13º e férias, ela não usufruía de descanso semanal remunerado, feriado e das férias de 30 dias. Apesar de ter folgas eventuais nos feriados de São Pedro e Réveillon, nunca pôde ficar mais de quatro dias fora das funções. Após o resgate ela retornou à casa de parentes em Cuité.

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