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Kubitschek Pinheiro MaisPB
Fotos Rafael Ramos
Flor é uma artista talentosa, independente de ser filha do consagrado cantor Seu Jorge. Pouco a pouco ela vai dando mais um passo na construção de sua carreira. Já está em todas as plataformas, o segundo single “Macumbeira”. Flor tem 19 anos e está apenas começando.
Composta por ela em parceria com Rogê e Lucas Nunes, a faixa produzida por Quizz foi gravada no estúdio da casa em que reside em Los Angeles, na Califórnia. A temática vem da criação das regiões profundas do Brasil, abordando as raízes religiosas. “A canção fala do karma. Vem de um lugar de poder feminino”, afirma Flor.
“Macumbeira” sucede “Sapiens”, single lançado anteriormente. Além dos projetos autorais, a artista participou, ao lado do pai, da faixa “Pra Melhorar”, que fecha o álbum “Portas”, de Marisa Monte, que em abril virá se apresentar no Teatro Pedra do Reino em João Pessoa.
Flor Jorge, Flor Maria, Flor do mundo, a menina está no caminho certo. Fruto da relação de Seu Jorge com Mariana Jorge, com quem foi casado até 2016, Flor tem outra proposta de trabalho e sua criatividade e voz enchem o espaço que já é dela. Por ter um grande músico como pai, dá para entender de onde veio a inspiração de Flor para também se tornar cantora.
Nesta casa de ferreiro o espeto é totalmente musical. A primogênita do cantor está despontando para o mercado nacional e internacional.
Ousada, ela busca no Rythm and Blues e no Soul a essência de sons que se casam com suas letras inteligentes. Vai longe.
Flor conversou com o MaisPB e mostra seu amadurecimento, fala dos singles e do crescimento de sua arte, para que o disco se complete e chegue aos ouvidos do mundo.
MaisPB – Flor já é um nome forte, original, para uma artista jovem despontando, né?
Flor – Obrigada pelo elogio, é preciso mesmo muita garra para iniciar uma carreira musical nesse momento em que a comunicação está tão democratizada.
MaisPB – Vamos voltar no tempo – lembro de você nos shows de seu pai, Seu Jorge. Ali já sabia o que queria?
Flor – Lembro que estar no palco, era minha brincadeira. sabia que gostava de cantar muito, e o meu pai me apoiava nessa paixão.
MaisPB – O primeiro single “Sapiens” parece um filme e nos transporta para outros lugares. Vamos falar dessa canção? Quem toca com você?
Flor – Essa canção começou como um poema de lamento as vítimas de violência policial. Me lembrei que todos os seres humanos vêm da mãe África isso que me inspirou para escrever a música. No dia seguinte um amigo do meu pai e meu parceiro musical Rogê, estava em casa, ele estava tocando a melodia e eu cantei o poema pela primeira vez em cima. A música não mudou muito depois dessa versão. O Lucas trouxe um tempero extra e o Arthur Verocai entrou com as cordas, que deu o toque final.
MaisPB – “Pra Melhorar”, em parceria com seu pai e Marisa Monte, que está no novo disco dela “Portas” é uma música forte – vocês cantam juntos, alertando para não se pensar que vai piorar, porque vai melhorar. Vamos falar dessa luz?
Flor – A luz dessa canção vem da criança que eu era. Acho que tinha 12-13 anos de idade quando fizemos “Pra Melhorar”. Como eu falei na segunda pergunta, a música era uma brincadeira para mim. Eu ouvi a Marisa tocar essa melodia numa tarde lá em casa, escutei e depois escrevi para ela essa letra. Acho que a inspiração geral vem de um lugar de compaixão e otimismo. Eu sinto que precisamos de mais músicas que sejam leves e falem sobre o amor a si próprio e que tudo que é ruim vai passar. Uma mini terapia em 4 minutos – diz ela rindo.
MaisPB – Agora temos “Macumbeira”, uma canção em inglês que acalenta, apesar de falar do Karma, em parceria com Rogê e Lucas Nunes, com beat de Quizz e arranjos arrasadores de cordas do maestro Arthur Verocai. Fale aí dessa maravilha…
Flor – Essa música é muito importante para mim, ela passa por tudo que me fez quem eu sou hoje. Tem referências do Trap americano, referências de tambores do candomblé, o violão que demonstra a garra, e as cordas trouxe um tempero clássico brasileiro. essa música é uma mistura da minha essência.
MaisPB – Aliás, a canção Macumbeira tem uma lista imensa de músicos envolvidos. Você canta com quase uma orquestra. Como aconteceu essa junção em pandemia?
Flor – Eu já tinha trabalhado com o Arthur Verocai antes e tem todo um sistema. Todos têm que ser vacinados (o que eu acho essencial), ter um teste negativo antes de gravar. Saúde em primeiro lugar sempre…. Mas é um prazer imenso trabalhar com o Arthur Verocai.
MaisPB- Esse trabalho vai crescer e teremos este ano um disco completo nas plataformas?
Flor – Eu tenho que viver muito, estudar muito ainda porque eu não quero lançar nada que não tenha o meu 100%. Para te responder, não sei ainda estou deixando rolar
MaisPB – Como é sua vida aí em Los Angeles?
Flor – Em Los Angeles eu consegui ter uma infância muito normal, eu tenho amigos muito queridos e uma grande parte da minha vida foi criada aqui. Acredito que eu só poderia ter essa experiência de ser só a Flor, ou como os meus amigos gostam de me chamar Flori, numa vida mais pacata longe dos holofotes.
MaisPB – Com 19 anos, como você avalia o trabalho das cantoras e cantores jovens, espalhados pelo mundo?
Flor – Eu olho para todos os trabalhos da nova geração e me inspiro para o meu próprio trabalho. Faço perguntas como: O que que a minha geração está passando nesse momento? Qual é a cultura que estamos criando hoje? Eu amo muito isso!! Não importava o estilo musical, me importo mais pela cultura que criamos hoje em todos os cantos do mundo. Aprendo muito com todo tipo de música.
TURISMO - 19/12/2024