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Formada em Direito, Administração com ênfase em Comércio Exterior e pós-graduada em Comunicação Corporativa pela Universal Class da Florida.
É lider climate reality change pelo Al Gore e ceo do site Belicosa.com.br onde escreve sobre comportamento digital e Netnografia.

Como fazer uma autonetnografia

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publicado em 16/02/2022 ás 06h38

Autonetografia é dar sentido para os dados que produzimos

Se Big Data olha para a precisão ao pesquisar mídias sociais, a Netnografia de Robert Kozinets olha o sentido dos dados que produzimos. Para ele a complexidade das conexões, culturas e significados por trás da tela faz todo o sentido. Já pensou em fazer uma autonetnografia?

A chamada autonetnografia, é um tipo de netnografia que podemos fazer em nós mesmos. Como assim pesquisarmos nos mesmos?  Sim! É nela que  o pesquisador explora seus sentimentos, emoções e desejos a fim de compreender uma experiência cultural digital única.

E pra que serve?

Por que será que todas as empresas, sejam elas de tecnologia ou não, desejam ter acesso aos nossos dados? Simplesmente porque são valiosos. Sim! Nossas próprias experiências e histórias importam e moldam nossas percepções e orientam nossas ações futuras.

A autonetnografia pode nos ajudar a analisar sistematicamente essas experiências. Não se trata apenas de reflexão, mas sim de usar esses dados internos junto com os externos para dar sentido a nossa própria experiência digital.

Quem pode fazer autonetnografia?

Basicamente todos nós. Mas os estudiosos, por exemplo, podem usar a autonetnografia para estudar suas próprias pessoas e experiências, a fim de encontrar sua auto-realidade.

Como consumidores, podemos observar o contexto e construir uma contribuição teórica conceitual.

As organizações, empresas e pequenos negócios também podem usar a autonetnografia para ver como os consumidores estão olhando para a sua marca, e isso pode levar a uma melhor compreensão do mercado.

Por outro lado, os profissionais de marketing podem se concentrar em entender seus relacionamentos com os usuários, especialmente nos cenários atuais de conteúdo de marca co-criado em tempo real.

Como fazemos isso?

Aqui seguimos um guia de 6 etapas para fazer uma pesquisa de autonetnografia:

  1. Dê um Google no seu nome completo, se for uma pessoa pública, verifique se seus dados estão corretos, se suas redes sociais aparecem na busca e mesmo se tem um site.

A Compreensão da posição do investigador na comunidade digital, depende do tipo de envolvimento, da finalidade do envolvimento, do período da experiência e da sua posição na comunidade.

  1. Verifique se todas as suas redes estão ativas, em sincronismo, com a mesma foto, se o perfil está com as especificações certas e se seu perfil está para o público em geral.

Verifique o tempo em que deseja coletar os dados. Para iniciantes pense em coletar dados ao longo de uma semana; quem produzir mais conteúdo pode fazer isso durante 3 dias.

  1. Olhe as fotos do seu perfil, por exemplo se está de braços cruzados pode indicar que você tem um perfil pouco amigável.
  1. Veja o que encontra nas fotos e vídeos de sua rede: se elas traduzem você, sua localidade, idade e conceitos. Tipo, não dá para você ter um perfil público e desejar demonstrar respeito se ficar postando fotos sensuais.
  1. Se tiver redes de 120 caracteres verifique quem te segue isso dará uma noção se tem humanos ou apenas robôs ao seu redor. Pois a sua voz vai estar atrelada à narrativa, estilo e como conta a sua história.
  1. Tenha ética ao olhar os próprios dados, não adianta inventar coisas sobre você mesmo , pois no final não haverá insights verdadeiros.

Não se preocupe em ter 1 milhão de seguidores, autonetnografia é para todo mundo. O que importa é a segurança da viagem: consideração ética da pesquisa para si e para os outros é sempre importante para gerar bons resultados.

Finalmente, os indivíduos podem tentar entender seus próprios comportamentos, interações e emoções em uma determinada comunidade e obter insights pessoais sobre como criar uma marca pessoal, ou até mesmo lidar com ansiedade, estresse ou seus próprios medos.

E aí, já pensou em fazer uma autonetnografia e descobrir como os outros podem estar olhando para você?

Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB