João Pessoa, 25 de fevereiro de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A guerra é um estado putrefato de coisificação. Pior do que as coisas inanimadas. A guerra é, por isso mesmo, um paradoxo, uma coisa que tem o ânimus da violência, da prepotência, da brutalidade, potência e movimento em direção à morte, o testemunho de que a humanidade, de fato, bestializou-se.
Guerra é fábrica de carnificina, daí que nada mais próximo da coisificação do que a morte. A guerra é antônimo de vida, assim como a morte é antônimo de paz. A guerra tem o vício em suas entranhas alimentada pelo ódio e todos sabem, o ódio é filho do mal.
A guerra é daqueles acontecimentos que envergonham todos afinal, quando a guerra chega, desumaniza quem mata e quem morre, muito embora só os mortos mereçam respeito e comiseração.
Todas as guerras podem ser evitadas pela Política. A guerra chega onde a Política, da qual a diplomacia é instrumento, não chegou ou, tendo chegado, teve que sair defenestrada pelas razões da prepotência.
A guerra persegue a vida desde que gente é gente, mas, hoje, não é o homem rude, a natureza mais primária da humanidade quem faz guerras. É o homo sapiens, homo economicus, aquele que domina a tecnologia, o espaço sideral, ambicioso e fétido animal querendo mais território e poder, dinheiro, armas.
Hoje, não é o homem das cavernas quem põem a vida em ameaça, mas o homem asseado, sisudo em seus gestos elegantes, antenado com esse jeito seco e com os seus salamaleques moldados na hipocrisia; hoje, a guerra extrapola as cercanias das cavernas arrastando a sua força máxima ou seus efeitos colaterais pelo mundo todo.
A guerra não é feita por muitos. Poucos são os que tem o poder de tocar fogo na humanidade, mas muitos são os seus mortos. A guerra nunca tem início no presente. A guerra é ganância gestada pelo passado que destrói o presente e antecipa as aflições do futuro.
Cuidemos da vida. Repudiemos todos aqueles que fazem guerra ou com ela concordam, ou são omissos em sua condenação.
Paz! @professorchicoleite
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