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Saiba como se atualizar sobre a tecnologias úteis de amanhã.
O que é metaverso? Como surgiu? Para que serve? Por que grandes empresas querem embarcar nessa tecnologia? Vamos viver dentro dele? Se você se sente um analfabeto quando o assunto é a utopia futurista de Mark Zuckerberg, relaxa que vamos lhe explicar.
O que é:
O metaverso é uma terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade por dispositivos digitais. Alguns games em cultura imersiva já se utilizam desse conceito de forma mais simples.
Como funciona:
Na prática, o ambiente virtual imersivo promete ciar experiências quase reais com a ajuda de uma lista de itens que compreendem uma internet eficiente, óculos de realidade virtual, fones de ouvidos e outros equipamentos para simular toques e sensações.
Além dos apetrechos digitais, é necessário o uso de realidade aumentada – que insere dados virtuais sobre o usuário para dentro do metaverso. Hoje alguns games utilizam essa tecnologia como o Pokémon GO.
Outro fator primordial para o metaverso é o uso do blockchain, cripto e NFTs para dar suporte ao novo conceito. Peraí… Blockchain, Cripto o que? N quem? Explico!!!
O blockchain é a tecnologia de banco de dados públicos e descentralizados da internet. Com ele cria-se uma rede onde transações monetárias podem acontecer sem os olhos das instituições financeiras ou mesmo de governos.
Além disso tem as cripto, que são as moedas que navegam nesse ambiente virtual. Sim, você pode vender drogas na internet e se enriquecer sem nunca ninguém confiscar seu dinheiro.
E aí vêm os NFTs, os chamados tokens não fungíveis. São itens virtuais que representam algo único no meio digital. Você vai poder ter um NFT de tênis da Nike em seu avatar no metaverso sem nunca receber um par de calçados na sua casa.
As oportunidades de negócios são inúmeras, e gigantes como Microsoft, Gucci, Netflix, Nintendo e muitas outras empresas esperam faturar bilhões com o negócio virtual.
A bloobergintelligece estima que o mercado vai faturar mais de 4 trilhões de dólares até 2024.
Segundo o próprio Mark Zuckerberg “no metaverso você é capaz de fazer tudo o que você possa imaginar”, até ser outra pessoa, um alienígena ou um e pedaço de chiclete mascado.
Grandes marcas, empresas e negócios apostam que o futuro das novas gerações pertence ao meta, e a música, arte e entretenimento tem muito a ganhar dentro de uma plataforma tão imersiva assim.
Porém, em ambientes corporativos os desafios serão maiores. Imagine uma reunião virtual com um avatar onde o CEO da empresa é um unicórnio? Acredito que vai ser difícil o reconhecimento e o pertencimento.
Quanto à cultura organizacional? Vai ser difícil reconhecer e se inspirar nas pessoas, digo, avatares com quem trabalha.
Será impossível estar no metaverso sem uma web 3.0 que basicamente precisa de internet 5g para funcionar. Alguns Estados sequer têm previsão da chegada dessa tecnologia antes de 2024. Mas não se iluda, ela vai acontecer de uma forma ou de outra.
Já imaginou que consegue um trabalho a distância numa grande empresa que utiliza o metaverso e não consegue conexão porque seu Estado, cidade ou país não fez o básico? Segundo a ONU, atualmente 2,9 bilhões de pessoas no mundo nunca tiveram acesso à internet como a conhecemos. E me pergunto se o metaverso não será capaz de criar um gap maior de desemprego no mundo.
Outro fator que preocupa é que, se o objetivo do metaverso e fazer as pessoas ficarem mais tempo conectadas, vamos ter incentivo ao vício e à desconexão com a realidade. Já parou para pensar que seu filho, em vez de ser um adulto brilhante, amanhã pode se tornar um adulto viciado pela tecnologia? Aqui o tema é tão extenso que vale uma série sobre os malefícios do metaverso, porque sim, onde a versão já funciona, houveram estupros coletivos, roubo de identidade e problemas com privacidade nas 2 primeiras horas de funcionamento. Assustador, mas, segundo Zuckerberg lá você pode fazer o que quiser…
Mas afinal, o que podemos fazer para não sermos analfabetos do metaverso? Se informar, debater e entender que algumas coisas não são feitas para todos. Que ele abre fronteiras para o usuário curtir novas experiências de forma imersiva, isso é inegável. Mas a vida precisa acontecer dentro e fora da internet para que, no futuro, tenhamos gerações mais adaptativas, resilientes e felizes.
Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br
Aqui lhe deixo uma reflexão minha que talvez possa lhe ajudar nesse ou em outros textos:
Meu irmão, 2 anos mais novo do que eu (hoje eu tenho 47 e ele 45), tem duas filhas, hoje com 21 e 19 anos. Mas, há anos, quando eram crianças a caminho da adolescência, aconteceu o “boom” do Facebook e das redes sociais em geral.
Dito senhor sofre do mal de querer morar na Idade Média, acha “inútil” e coisas dessas. Até aí, ok, cada um faz e pensa como quiser.
Mas, aí vem o problema. E o que fazia com as filhas a respeito? “Proibido ter Facebook. Proibido usar a internet”. Porque “existem perigos de todos os tipos, etc., blá blá blá”.
Eu fui totalmente contra! Desde quando a simples proibição paterna impediu algo de acontecer desde que o mundo é mundo? Do mesmo jeito que ele proibia, elas poderiam acessar através do celular de alguma amiga, por exemplo. E pior, com uma curiosidade que aí sim poderia ser perigosa!!!
Redes sociais? Ora, basta criar um perfil e bloquear o pai (no caso ele não tem Face nem nenhuma outra até hoje…), e ter um perfil do mesmo jeito. Basta não acessar na frente do pai, ora bolas!
Como eu vejo? (e agora sim pode ser útil o que vou dizer)
É muito mais fácil proibir do que educar. E o que, na prática, significa isso? Por exemplo: já viu como as pessoas têm dificuldade de procurar e encontrar informação importante na net? Isso porque você tem que usar o cérebro e não só os sentidos. Você tem que digitar algo num motor de busca (1º problema: encontrar qual “algo” vai lhe levar onde quer). Mas não basta abrir a primeira página que aparecer. É preciso ir abrindo, lendo, e descartando o que não serve (o que é uma tonelada!), até encontrar informação parcialmente boa, e até fazer uma ideia do que você está procurando. É preciso cérebro, idade e maturidade pra isso, não?
Então, filho, vem aqui. Me diz uma coisa que você gosta ou que anda se perguntando. Quer saber sobre os macacos que você viu no zoológico no domingo passado? Então, senta aqui comigo ao computador. Sabe como se acessa às páginas na internet? Abre aqui nesse motor (um Google da vida). E agora? Digita “macaco” pra ver o que acontece. Eita, olha só quantas páginas! E agora? Vamos ser mais específicos, então. Escreve “macacos no zoológico Dois Irmãos, Recife”. Ah, viu como tem informações mais úteis? Então, vamos abrindo as páginas… Eita! Tá vendo isso aqui? Você acha mesmo que tem uma mensagem pra você de alguma mulher? Olha aqui, vou clicar e você vai ver… Mulher pelada e sexo!!! Viu? Nesses casos é melhor ignorar… Ah, quando você tiver dúvidas sobre isso, me pergunte, ok? Não tenha medo de eu ficar zangado com você…
E assim por diante! Toma tempo, e pode ser chato pra ambos. Mas assim você ensina seu filho a discernir e a utilizar a net de maneira responsável e com utilidade! Ele fará as próprias descobertas, mas terá sempre você como auxílio praquelas coisas que ele não tem maturidade ainda, e termina aprendendo a utilizar-se dessa ferramenta sem correr riscos desnecessários, e poderá sempre ser sincero com você.
Agora, o que isso tem a ver com o texto do metaverso?
Da mesma forma! No que se refere às crianças e adolescentes (sou professor, não tem jeito, sempre penso nos que ainda estão em formação… he he he), você poderá “monitorar” sem invadir, nem criar curiosidades perigosas. E ajudar a que seu filho cresça com responsabilidade e inteligência. Aos “jovens adultos”, empresas podem fazer programas de formação e treinamento, de forma que não os transforme em alienados. E os coroas como eu, que já aprenderam a usar computadores, celulares e smartphones, acho que ainda podemos aprender coisas novas, não?
Os perigos estão presentes, e são assustadores, sim! Mas é sempre melhor a gente aprender a se adaptar – com inteligência! – do que se fechar e ver o mundo passar por cima, perder chances de emprego, e coisas dessas.
Ajudei?
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TURISMO - 19/12/2024