João Pessoa, 03 de março de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Sonhar, todo mundo sonha, gato, cachorro, todo bicho que respira sonha. Pois sonhar é vital, sonhar é tão necessário quanto dormir. Tem gente que não lembra, mas sempre sonhamos para que não acordemos e tenhamos uma noite mais demorada de sono profundo e recompensador.
Essa noite de cinzas, não sonhei com a famosa “fofoca de campina”, sonhei com o fatídico “homem dos sonhos”, não é um príncipe não, é o perturbador “invasor do sonho” que apareceu para mais de 2000 pessoas do mundo inteiro, presente em todos os continentes.
Há um site especializado nesse assunto e tenta descobrir quem ele é. Como vive? Quem são as pessoas que sonham com ele? Por que todos vem o mesmo rosto? Dizem que o “invasor de sonhos” aparece quando estamos estressados, nervosos por alguma situação externa. Na maioria das vezes, ele vem para dar conselhos, mas no meu caso, ele caiu de pára-quedas, após uma invasão russa ao Brasil, o que me deixou temeroso demais.
Eu estava na sacada da minha casa e via coisas caírem no mar, mas minha mãe, comigo nesse momento dizia que era um pára-quedista e eu míope não acreditava, até que vi o movimento dele vindo mirando a nossa casa e a do vizinho. Nesse ínterim, corri e saí em direção às portas e janelas abertas, assim que percebi uniformes de guerra. Ele batia com muita força na porta e falava que queria ajudar a proteger nossa casa do mal. Eu insistia em não querer ajuda, e ele, em invadir nossa casa. Eu mandei mensagem para todos amigos e vizinhos para se protegerem com medo da Guerra ter chegado por aqui.
Começou a ficar desesperador. Escondi minha mãe no porão e fui subindo para um terraço acima da casa coberto, lá eu teria enxadas, picaretas, facões, tudo pra me defender daquilo que ao meu ver seria o homem invasor russo dos sonhos. Desespero. Ele consegue invadir e diz pelo Google translator que so quer ajudar, que confiasse nele, que essa era uma missão diferente de guerra, ele apenas precisava daquele ponto da casa para usar como defesa.
Eu olhava da brecha da porta com muito medo. Ele gritava que era cientista e estaria ali para me curar do medo da guerra, e gritava e atirava nababescamente apontado para os céus, gritando: – A guerra vai acabar, a Guerra vai acabar. Assim fez por muitas vezes, chorando e se tornando criança até a posição fetal, desaparecendo por completo, abri a porta, mas encontrei um aviso dele em forma de bilhete colado no espelho do banheiro que apareceria novamente para outra sessão de cura. Não quero vê-lo nunca mais. Alguém mais já teve essa sensação do invasor de sonhos?
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TURISMO - 19/12/2024