João Pessoa, 18 de julho de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Um atentado suicida contra o edifício da Segurança Nacional em Damasco matou o general Daoud Rajha, ministro da Defesa da Síria, e Assef Shawkat, cunhado do contestado presidente Bashar al Assad nesta quarta-feira (18), anunciou a televisão oficial.
"O Ministro da Defesa foi morto pelo ataque suicida que atingiu o prédio da Segurança Nacional", disse a TV, que acrescentou que há vários feridos. Mais tarde, a TV confirmou informações de outras fontes de que Shawkat, que é vice-ministro da Defesa, também havia morrido.
A TV estatal também confirmou que o ministro do Interior, Mohammad Ibrahim al Shaar, ficou ferido, mas está em estado estável.
O ataque ocorreu durante uma reunião de ministros do governo Assad com autoridades de segurança do país, que enfrenta desde março de 2011 uma rebelião antigoverno que, segundo a oposição, já matou mais de 17 mil pessoas.
O edifício ultraprotegido encontra-se no bairro de Rawda, no centro da capital.
O suicida que detonou explosivos no prédio era um guarda-costas do "círculo íntimo" do presidente, segundo uma fonte de segurança.
Ativistas em Damasco disseram por telefone que a Guarda Republicana da Síria isolou o hospital Shami, na capital, enquanto ambulâncias levavam vítimas do local da explosão.
A Segurança Nacional é dirigida pelo general Hisham Ijtiar, que também teria ficado ferido, segundo fontes de segurança ouvidas pela agência Reuters.
O atentado ocorre num momento em que há combates entre rebeldes e tropas do regime nos bairros periféricos de Damasco, que até agora vinham sendo poupados dos confrontos.
Dois grupos assumiram a responsabilidade pelo atentado.
O Liwa al-Islam, um grupo cujo nome significa "a brigada do Islã’, assumiu a autoria em sua página do Facebook, afirmando que "mirou a célula chamada de ‘sala de controle da crise’ na capital Damasco". Um porta-voz confirmou a informação por telefone.
O Exército Livre Sírio também se responsabilizou pelo ataque, segundo o porta-voz Qasseim Saadedine. "Esse é o vulcão de que falamos, estamos apenas começando", disse, em referência à operação de tomada de Damasco que o grupo havia prometido na véspera.
O contestado regime de Assad afirma que a rebelião na verdade é fomentada por "terroristas" que tentam desestabilizar o país.
A comunidade internacional pressiona Assad para que deixe o poder, mas Rússia e China, aliadas da Síria, barram todas as resoluções contra o regime de Damasco no âmbito do Conselho de Segurança da ONU.
Autoridades da ONU e da Cruz Vermelha afirmam que o conflito já evoluiu para uma guerra civil generalizada e pediram a ambos os lados que poupem a população civil.
G1
OPINIÃO - 26/11/2024