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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

E o sino tocou…

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publicado em 28/03/2022 às 07h00
atualizado em 27/03/2022 às 05h17

Estive em Bananeiras por estes dias. Cidade linda, histórica, aconchegante e com um clima agradabilíssimo. Não vou entrar em detalhes históricos ou geográficos sobre a cidade, você precisa conhecê-la pessoalmente! E também não é sobre isto que quero escrever. Porque, na verdade, algo mais incomum prendeu  a minha atenção na breve visita que fiz.

Esta da foto é a igreja de Nossa Senhora do Livramento. Linda, não é? Fato curioso: sua construção durou cerca de 20 anos. Mas também não é sobre isto que quero falar. Sim, é sobre a igreja, mas não sobre sua bela arquitetura.

Logo que cheguei à cidade, mais precisamente, logo que pus o primeiro pé na escadaria do hotel, ouvi o primeiro badalar. Blem, blem, blem… tímido, marcando as dezesseis horas. Nada de estranho até então, afinal, é costume que os sinos de algumas igrejas, principalmente as localizadas em cidades interioranas, sirvam também para marcar as horas. Um “blem” para cada hora.

Fiz checkin, instalei-me no quarto do hotel, tomei um bom banho e tão absorta estava com a minha acomodação que não percebi o que tornaria a minha estadia no local a mais inusitada de todas. Quando, finalmente, consegui relaxar um pouco, percebi vários “blens”, que sucediam vários outros e outros. Sim. O sino badalava a cada quinze minutos, consegui identificar o padrão… tsc, tsc, tsc…

O que eu, infelizmente, não sabia (mas estava prestes a descobrir) era que o padrão seguiria e persistiria noite adentro.

E a noite veio. Depois de um belo passeio, inclusive, o que rendeu a bela foto capturada pelas lentes de um amigo, recolhi-me aos meus aposentos onde, finalmente e tristemente constatei a informação que citei acima!

Não. Não é exagero! A cada quinze minutos, a cada novecentos segundos, a cada quarto de hora o sino marcava presença na noite bananeirense.

Tentei dormir. Juro! Acho até que consegui um pouco. Mas, de uma coisa tenho certeza: definitivamente, não consegui sonhar.  O sino tocou… à noite e também no dia seguinte. Não sei… talvez tenha sido melhor. E se o sonho da noite fosse um pesadelo? Talvez tenha sido livramento de Nossa Senhora do Livramento, enfim…

Visitem Bananeiras! Vale muito a pena o passeio. Só lembrem de usar protetores auriculares, caso queiram dormir e, principalmente, caso queiram sonhar.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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