João Pessoa, 04 de abril de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Você já passou pela experiência de tentar mergulhar fundo e se deparar com o raso?
Vivemos assim hoje. Não conseguimos submergir em nada. Ninguém quer se molhar, a não ser a ponta dos dedos ou apenas molhar os pés. Tudo é tão fluido…
As pessoas passam… e são tantas… claro, nem todos que passam precisam, necessariamente, ficar. Meu vizinho não precisa ser meu amigo do peito.
Todos tão frágeis, não conseguimos aguentar a pressão do fundo. Olhamos, mas não vemos. Ouvimos, mas não escutamos. Estamos, mas não somos.
A questão é que quanto mais superficialmente nos relacionamos, mais profundas são as dores oriundas dessas relações. Pois é! A proporção é inversa.
Para alguns, ser raso é uma escolha. Ele não quer nadar. Flutuar já é o bastante. Para outros, até existe o desejo do mergulho, mas o medo de submergir e não conseguir mais voltar à superfície é maior. E, tudo bem, se isso o faz feliz. Ainda me atrevo a falar sobre a existência de uma outra categoria, aqueles que são ocos de verdade. Que tentam, mas, felizmente, profundidade não se finge.
Particularmente, me recuso a viver no raso. Sou intensa demais pra isso, sou profundidade. A superficialidade me dá preguiça. O medo de afogamento existe, mas não é maior do que o desejo de viver profundamente tudo que a mim é permitido.
A vida precisa ser estonteante! Ela passa muito rápido.
As águas rasas podem conter muita beleza, fauna diversificada, diferentes coloridos. Mas é nas águas profundas que encontramos os nutrientes necessários à nossa emoção.
Chega de poças d’água! Eu quero o mar!
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