Relaxaram as máscaras. Muitos tiveram a certeza que o suplício estava terminando. Mas Wanda não estava satisfeita, ela se sentia mal ao deixar sua casa sem proteção, não estava se achando no direito de sair por aí de cara limpa.

Por um lado, não acreditava que o minúsculo inimigo teria sumido do mapa, por outro, era questão de costume mesmo, pois o acessório a deixava mais confiante, como se tivesse adquirido um Kit Cosplay Anime Balaclava Kakashi. Wanda respirava segura dentro do seu personagem. Ela se defendia das viroses, mas também da maldade humana, Eureca! Wanda teve uma feliz epifania, sair de casa com a turma da sua filha Anne, cosplayer de carteirinha. Foi ao armário da filha, tentou um cosplay de Lolita Dorama, mas não coube nela, arrumou um outro que não sabia o que era, mas que coube bem e marcou encontro com a turma “animada”no maior shopping da cidade. Wanda era a própria Arlequina, a trash namorada do Coringa. Ela usou uma máscara pintada com perfeição, como se não estivesse usando coisa alguma.

Wanda conectou-se com o universo da sua filha, ganhou elogios, fãs, deu risada, tirou fotos e ouviu relatos de pessoas sinceras que tinham vencido o bullying, a depressão, a timidez, por estarem engajadas naquele movimento.

Foi um sucesso, Wanda assimilou tudo, Anne sempre explicara a mãe, que cosplay é arte, um movimento que aproxima as pessoas e que as liberta. Somente ali, que Wanda veio a entender cada passo, sentiu o glam cultural da ideia e  então tomou gosto, foi a diversos encontros com Anne, se divertiu tanto que esqueceu finalmente da “porra” da máscara, começou a adquirir mais e mais fantasias, kits incríveis para ela e para a filha, tanto é que já comprou as passagens e tickets pro congresso Comic Forever que será no próximo verão na maior cidade do País, dessa vez, será um País das Maravilhas, pois ambas irão de Alice (foto), Anne na versão pueril do original de Lewis Carroll e wanda vai de Alice guerreira do Tim Burton e realizou consigo: quanto mais percebemos que não controlamos a vida, mais libertos estamos… Adeus Pandemia!

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