João Pessoa, 16 de abril de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Segundo me contaram, COR, CORDIS, seria coração em latim. Tanto é assim que palavras como coragem e concordar tem a ver com o coração do ser humano. Cordato desembesta pelo mesmo caminho. É que lá nos antigamentes pensava-se que o coração era quem comandava a bagunça humana. Só depois se descobriu o cérebro. Deve ter sido numa cacetada que um neandertal (foto) deu na cabeça de um homo sapiens, mas deixa pra lá.
O que importa é um cheiro de mudança no comportamento dos sobreviventes da pandemia. Dou três exemplos. Começo pelos franceses. Principalmente os parisienses. Pois não é que estão menos chatos? Os narizes desempinaram, aceitam que conversemos em outras línguas que não o francês e, pasmem, dão informações turísticas de muito boa vontade. Sugestões ainda não, já seria demais. Porém não se negam a apontar atalhos e até riem do barulho que os brasileiros fazem em restaurantes. Por sua vez os ingleses também estão com o coração a toda. Levei mãe leca a alguns musicais e qual não foi a minha surpresa ao ver, ao final da engraçada “Mamma mia”, toda a plateia do centenário teatro londrino ficar de pé e dançar as derradeiras músicas no Abba com uma alegria incrível, principalmente as bisavós que estavam perto de nós.
Mas a mais bela surpresa aconteceu durante a maratona de Paris. Numa cena que foi incorporada pela direção da prova e viralizou, nosso amigo Otávio estava nos últimos quilômetros do percurso quando avistou mais à frente um argentino que corria embrulhado na bandeira portenha. O paraibano apressou o passo, exibiu a nossa verde e amarela e ambos concordaram em chegar juntos ao final. Ocorre que uns 200 metros antes, quando o locutor oficial já fazia apologia daquela inusitada dupla, Otávio deixou cair a bandeira no chão. Acreditem queridos leitores, pois não é que o hermano parou e esperou que Otávio fosse buscar o pavilhão nacional? Depois do resgate o Brasil e a Argentina terminaram a prova juntos. Até o asfalto do Arco do Trunfo arrepiou-se. O locutor foi à loucura. O povo aplaudia insanamente porque nossa rivalidade é conhecida no mundo, principalmente por conta do futebol.
Por essas e outras é que sinto no ar um bem vindo cheirinho de dias melhores para a humanidade. AMÉM!
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OPINIÃO - 22/11/2024