A vida tá voltando, a gente se pega falando mal dos outros, indo pros rolês inimagináveis, tipo Carnaval na Páscoa, mesmo pra ser somente uma planta, um tio do rolê, o inimigo do fim ou um ponto de referência clichê: aquele moço de preto ali perto do bar… Parece que agora viajaremos sem culpa, sem devaneios, sem friozinho na barriga. Praticaremos o nomadismo em aviões,  em coletivos, nos grupos em expansão. Fazer uma social será sinônimo de aglomerar sem pecados! Não será necessário usarmos julgamentos viróticos. Serão dias de abraços, de beijos, de menos mentiras cabeludas e mais comunicação em massa.

Almoços em família ou reunião de amigos numerosos voltam com tudo. Celebraremos juntos a rir uns dos outros, apontaremos os defeitos, discutiremos sobre a velha política que não tem jeito, aumentaremos o número de baforadas e cuspidas visíveis e invisíveis, através do voo livre de gotículas de saliva transportadas pelas nuvens gasosas; por isso, cuidado meu bem, há perigo nas novas esquinas,  desacelere quando você estiver em agremiação, pois estando você mais animado, num bar, numa boate, numa comemoração ou em qualquer lugar festivo, há uma propensão de que você acelere a sua mente e a sua fala, consequentemente aumentando as salivas voadoras. Não voltemos a cuspir um nos outros nem no prato que comemos; para que discutir novamente o óbvio? Vamos discutir menos e viver mais, sem achismos, cada um sabe onde o sapato apertou na pandemia, políticos cometem os mesmos erros, inveja sempre existirá e nós somos os grandes sortudos contadores dessa louca história doida. Lembre-se, não foi à toa que você sobreviveu, portanto faça algo diferente no teu novo agora! Que tal, desta vez, viralizar o amor?

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