João Pessoa, 12 de maio de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O que os escritores estrangeiros Charles Bukowski; Ernest Hemingway; Edgar Allan Poe; F. Scott Fitzgerald; Truman Capote; Ian Fleming e os brasileiros Hilda Hist; Lima Barreto; Vinícius de Moraes e Paulo Leminski tinham em comum, além de obras literárias de indiscutível qualidade? De logo respondo que eles gostavam de entornar um copo cheio e fizeram isso ao longo de suas vidas.
Foram grandes bebedores de álcool e a bebida alcoólica não interferiu na qualidade de seus trabalhos. Isso não quer dizer necessariamente que para você se tornar um talentoso escritor precise se transformar num pinguço. E aqui fica um conselho aos jovens que produzem textos à mancheia nas oficinas literárias: bebam com moderação. Álcool em excesso pode lhes deixar de herança uma cirrose, jamais um prêmio literário.
Falando em prêmio literário, lembrei de um fato protagonizado pelo aclamado escritor laureado com o Nobel de Literatura de 1949 William Falkner (foto) (1897-1962), quando aos 57 anos chegara ao Brasil para participar do Congresso Internacional de Escritores, realizado no ano de 1954 por ocasião do Quarto Centenário da cidade de São Paulo. Fora escalado pela União Brasileira de Escritores o poeta e jornalista Geraldo Pinto Rodrigues, da Academia Paulista de Letras para recepcionar o autor de O som e a fúria no Aeroporto de Congonhas. Geraldo constatou que Falkner ao pisar em solo brasileiro “já estava bastante alto”. Rumaram para o Hotel Esplanada e lá o escritor norte-americano continuou a carraspana de uísque por duas horas até ser conduzido para seu quarto, naquele estado que o bêbado já está chamando Jesus de Zé Buchudo. Ao acordar abriu a janela e vislumbrou os arranha-céus de São Paulo e, espantado teria dito: “Mas o que estou fazendo em Chicago?”
É meus amigos, o “cachorro engarrafado” de Vinícius ladra e inebria
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HORA H - 22/11/2024