João Pessoa, 27 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O segundo turno

Comentários: 0
publicado em 27/03/2012 ás 12h20

Pelo “primeiro turno” ele já passou. O grande desafio do deputado Luciano Cartaxo (PT) está por vir e não
será convencer um colegiado de 2.500 filiados petistas e
nem um grupo seleto de duzentos delegados. A hercúlea
tarefa posta é a de atrair o sentimento de uma João Pessoa
exigente nas suas escolhas político-administrativas.

Pra começar, Cartaxo precisará de relativa capacidade de articulação para tentar construir uma espinhosa
unidade interna. Fica difícil convencer por fora se faltar
a simbologia do convencimento por dentro. E nenhuma
candidatura majoritária pode prescindir de ao menos
ostentar o trunfo do envolvimento do próprio partido.

Numa Capital complexa, desaguadouro de demandas reprimidas do interior do Estado e caminhando ao
seu primeiro milhão de habitantes, um postulante que
se intitula “novidade” sofrerá dupla cobrança. Bem mais
que uma ficha limpa e o selo do PT, Cartaxo terá que
apresentar conteúdo para empolgar além da sua própria
militância.

Por fim, pelo histórico recente de atrelamento ao
PMDB e ao clã Vital, Luciano se verá todo tempo obrigado a provar à opinião pública que sua postulação não é
mera peça no jogo dos enxadristas José Maranhão e Cícero Lucena na estratégia que fita um único alvo: raquitizar
o tamanho do “mago”, a começar por João Pessoa.

Sozinho – “Avançamos na nossa
proposta interna. Houve
uma adesão significativa”.
Leitura do deputado e précandidato petista Luciano
Cartaxo, descartando concorrência interna.

É cedo – O presidente municipal do PT, Antônio Barbosa, reconhece a nova derrota, mas pondera: “Não deu
pra avaliar se encerra com
ele ou se aparecerão outros
nomes”.

Tráfego congestionado na Justiça – Preocupantes os dados comparativos apresentados ontem, no Correio Debate (Rádio) pelo desembar-
gador Abraham Lincoln da Cunha Ramos, presidente
do Tribunal de Justiça. “Somos quatro milhões de
habitantes. Temos 490 mil processos em tramitação e só
temos cerca de 200 juízes. É humanamente impossível”.

Caminho do meio – Inquirido sobre a queda de braço entre a OAB e a
AMPB, que não aceita comissão para fiscalizar a produtividade e frequência dos juízes paraibanos, Abraham
Lincoln optou pela ponderação, marca peculiar ao seu
estilo conciliador e equilibrado.

Pela pacificação – “Eu prefiro não fazer referência sobre esse assunto.
Eu entendo que a Justiça não é só feita pelo Judiciário. Por
isso, tem que haver harmonia. Prefiro não polemizar para
não acirrar os ânimos”, pregou Lincoln, bem ao estilo do
estadista homônimo.

Antivírus – O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro,
nem precisou contratar
software para rastrear no
seu potente HD as digitais
da matéria produzida pelo
Fantástico contra ele.

Explicação – A Prefeitura admitiu
falhas no sinal do Jampa
Digital, mote da denúncia,
em alguns pontos, mas
asseverou que o projeto
segue em fase de implantação até mês de outubro.

Abraço de crocodilo – Na ânsia de atacar
Estelizabel Bezerra, o ex-governador José Maranhão
se danou a lamentar a
retirada da candidatura do
prefeito. Só faltou assinar
ficha do Volta Agra.

Certeza – A secretária e pré-
candidata Tatiana Medeiros (PMDB) não tem dúvidas nenhuma de que terá
o PT de Campina como
aliado. Seja já no primeiro
ou seja no segundo turno.

Polêmica das MP’s – Em nota, o Sindifisco
diz que “fica evidente a
má intenção do governador que faz terrorismo ao
afirmar que os servidores
teriam que devolver os
valores do reajuste”.

Em terra – O secretário Ricardo Barbosa terminou não acompanhado o governador na viagem à Índia com a presidente Dilma Roussef, conforme a Coluna noticiou na edição de ontem.

Check list – Convidado pelo governador, Ricardo, o Barbosa,
foi traído pela agenda cheia
e o rigor da diplomacia.
Ficou sem visto no passaporte. E pode ter perdido
bilhete pra outro vôo.

Penitência – O padre Luiz Couto
(PT) se confessou ontem
na tribuna e pediu perdão
ao senador Vitalzinho por
castigá-lo com duro sermão, cujo menor estigma
lançado foi o de ‘bandido’.

Ascendente – A pré-candidatura de
Renan Palmeira (PSOL),
do Movimento do Espírito
Lilás, pode mostrar que
João Pessoa abriga um
segmento eleitoral maior
do que calcula o IBGE.

Ainda não – O deputado Ruy
Carneiro ainda nega que
seja o ungido pelas mãos
de Cássio e Cícero para o
impasse no PSDB. “Mas se
eu negar que esse assunto
é ventilado seria mentira”.

PINGO QUENTE

Cartaxo bote as barbas de molho”.

(Do petista Wallene Cavalcante, aliado de Luiz Couto, insi-
nuando que o padre ainda não excomungou totalmente a chance
de disputar com Luciano Cartaxo nas prévias)

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB