João Pessoa, 28 de maio de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pra começo de conversa a briga não existe. Você não vai ao supermercado comprar um quilo ou um metro de briga. Portanto, desde o momento em que uma briga nasce, ela já está no lucro. Ganhou vida da mesmíssima maneira que um bebê recém-nascido. São necessárias duas pessoas para criá-la, só que ao invés das crianças geralmente produtos de atos de amor, as brigas são fecundadas quando a inteligência dá uma pausa. Estou convicto que, mais uma vez comparando bebês e brigas, ambos poderiam ser evitados se pelo menos uma das partes usasse um eficiente contraceptivo.
Dos bebês bem sabemos quais são, porém nas brigas imagino que um bom método seria uma risada. Explico; sempre que eu briguei (e não foram poucas vezes), o que me levou à exaltação foi perceber que a outra parte não estava aceitando meus argumentos e aí chegou o momento da “concepção”. Mas por que a outra parte não estava aceitando meus argumentos? Mais uma vez, no meu convencimento, ocorria uma espécie de falha, um nível menor na inteligência alheia. Ora, precisamente aí é que eu deveria chegar à constatação de que para ganhar a discussão eu teria que me igualar ao nível intelectual do oponente e depois ultrapassa-lo na ignorância. Aí complica, né? Portanto, se nesse preciso momento em que a nossa (suposta) maior inteligência nos dá esse sinal, pudéssemos apenas dar um sorriso, mesmo uma gostosa gargalhada e aparentemente concordando com o outro, o mais das vezes evitaríamos brigas.
Vá lá, aqui e ali uma camisinha fura, né?
Se vale a pena tentar? Claro que sim. Se por mais nenhum motivo somente pelo convencimento de que numa briga todos perdem, como ensina Branco. Na verdade, só quem ganha é a briga. É por isso que quando assisto nesses tempos da terrível disputa partidária dois eleitores engalfinhando-se por seus respectivos candidatos (que mais adiante estarão juntos cuidando de interesses que em nada beneficiam os que os elegeram) sempre torço pela briga. Minha esperança é que um dia aprendam a hora certa de sorrirem.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024