João Pessoa, 03 de junho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Tem coisas na vida que nunca podem ser esquecidas. As câmeras de gás dos campos de concentração nazista é uma delas. De igual quilate, é a morte de Genivaldo de Jesus, amarrado, torturado, assassinado nas mãos e responsabilidade do Estado brasileiro.
O absurdo do acontecido é tanto que o silêncio do espanto se rompe em revolta avassaladora. Nem a raiva cura. E se isso fosse pouco, para a condenação do ato tresloucado, vê-se um titubeio na voz dos que deveriam com ênfase e poder condenar o assassinato.
Mas esse tipo de gente não gosta de Jesus. Imagine dos filhos dele, sujeitos à tortura diária por parte de uma sociedade violenta e de um Estado omisso ou cúmplice.
Mas a coisa é bem pior. Alia-se a essa ordem de coisas uma turba de insanos, barulhenta, odienta, que, por um desejo de fazer o mal, especializou-se em relativizar a morte e tem a desfaçatez de usar o nome de Deus e as armas do Estado em vão.
Tempos sombrios. Uma insanidade que caiu sobre às costas da sociedade e vilipendiou sua capacidade de pensar, e assim, embrutecida, optou pela crueldade e a revelou em toda a sua grandeza, botando para fora, sem vergonha alguma, um instinto sórdido, próprio de quem habita o reino das trevas.
Santo Deus, onde estamos? De onde vem esse instinto assassino, essa rebeldia por uma causa assentada na violência, na brutalidade, na pernóstica necessidade de arrotar esse descaso com a vida e essa prontidão para crescer diante dos pobres, das minorias, das mulheres, dos indefesos?
Santo Deus, e não há limites. Se, para as razões de viver desses aloprados for necessário, quebram a institucionalidade, rompem as regras da civilidade, afastam os protocolos necessários, põem o cinismo à mostra e sorriem. Como sorriem esses filhos de satanás!
@professorchicoleite
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