João Pessoa, 17 de junho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Fhillips rasga a alma brasileira de um canto a outro e expõe a brutalidade de uma sociedade violenta e cruel. É de estarrecer os nossos sentidos. É a própria humanidade que é sacudida e posta em prova.
A gente, porque ainda acredita no ser humano, quer pensar que seja apenas omissão governamental, o que já seria muito grave, dado que faz tempo que a região pega fogo, pessoas são assassinadas, indígenas dizimados, o meio ambiente conspurcado, a boiada entrando por todas as porteiras abertas da irresponsabilidade.
No entanto, pois mais que isso seja estarrecedor, um discurso beirando a insanidade corre por dentro das veias da institucionalidade e põe um alerta em vermelho: O Brasil arde nas labaredas do inferno. E mais: É como se o país estivesse paralisado, purgando uma pena pelas escolhas tão mal feitas, pela entrega da nação a um discurso raivoso, violento, cínico, hipócrita.
Não haveria razão alguma para enxergar luz no final do túnel. Mas, há. A vida das vítimas – Bruno e Dom – na forma como eles a construíram, os valores que incorporaram, a preocupação com a coletividade, a coragem de enfrentar os poderosos, a humanidade estampada em cada gota de suas vidas, tudo isso grita para cada um de nós: resistam!
A desoneração do cargo da FUNAI de um servidor público exemplar é revoltante; a vida e a morte desses dois seres humanos exige respeito. A vida há de resistir, Bruno; A vida há de resistir, Dom. Que o país aprenda rápido e defenestre esses canalhas da Floresta amazônica.
E que comece já: quem foram os mandantes?
@professorchicoleite
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