João Pessoa, 17 de junho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
No dia 13 de julho uma legislação de vanguarda completa trinta e dois anos de vigência. Veio garantir os direitos e dar proteção àqueles seres humanos que por se encontrarem ainda em desenvolvimento, merecem a prioridade absoluta. Trata-se do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, normativo legal que ainda não foi bem assimilado por grande parte da população, principalmente no que se refere aos adolescentes em conflito com a lei e a aplicação das medidas socioeducativas.
Não há muito o que comemorar enquanto tivermos crianças e adolescentes sendo vítimas de omissão e violência por parte da sociedade ou do Estado. A desigualdade de renda é um grande desafio que o Brasil precisa enfrentar; é o contingente infantojuvenil que mais sofre com essa desigualdade.
Dados estatísticos nos dão conta que no Estado da Paraíba 59,6% da população de zero a 14 anos de idade são pobres; entre os menores de um ano de idade, são 13,3 óbitos para cada mil nascidos vivos, e 15,2 óbitos entre os menores de cinco anos ao ano. Muitas dessas crianças nasceram de mães adolescentes, chegando ao percentual de 18,1%. A distorção idade-série no Ensino Médio alcança 35,1%. São números que assustam e entristecem e que – esses, sim! -, merecerem ser reduzidos, porém, o que ouvimos com frequência é o falatório sobre a redução da maioridade penal. Crianças e adolescentes morrem mais sendo vítimas de homicídio do que praticando esse tipo de ato infracional.
Tivemos avanços e conquistas, é bem verdade, mas o Sistema de Garantia dos Direitos das Crianças e Adolescentes merece ser tonificado para uma atuação enérgica dos eixos da Defesa, Promoção e Controle, possibilitando à família, sociedade e Estado fortalecer essa garantia para termos a certeza do primado da proteção integral.
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