João Pessoa, 22 de junho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O Brasil vive de modismos. Vez e outra aparecem por aí, e as redes sociais têm colaborado muito para isso, certos “parâmetros” os quais são vistos por muita gente como necessário, bonito, da moda, propriamente dito. Antes do assunto de hoje, foi necessário dar uma volta, leitora, leitor, mas irei ao que me traz aqui.
Há poucas semanas a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei que cria o “Dia da Harmonização Facial”. Isso mesmo que você leu. Vereadores não tendo o que fazer, propuseram uma pauta desse tipo. Embora o projeto tenha sido debatido em outro estado distante de nós, a coisa está impregnada em todos os ambientes. Já vi, num programava televiso, um padre, desses modernos que usam calça apertada, com a cara e os beiços recheados de procedimentos estéticos.
“— Ah, Yago, mas isso não tem nada demais, que bobagem a sua… cada um faz o que bem quer da vida, do rosto”. Isso é fato. No entanto, o que me deixou remexendo os olhos foi o que disse o parlamentar autor da bobagem, digo, do projeto.
Segundo ele, “a apresentação pessoal é uma necessidade fundamental na vida das pessoas”. Nada disso, camarada! Quer dizer agora que para eu estar bem na fita é indispensável passar por uma clínica de estética e sair rebocado por aí?
Apresentação pessoal deve ser vista de outra forma: vestir-se de maneira adequada nos ambientes, inclusive na empresa que nos paga o salário, ser educado, ter ideias, evitar adornos desproporcionais em certos eventos, isso e mais aquilo. Conheço gente que por achar que usando roupas de marca e relógios de ouro estão arrebentando a boca do balão… pobres coitados.
Mas essa história de harmonização facial está ganhando adeptos. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica estima que, de 2014 e 2019, o número desse tipo de intervenções subiu de 72.000 para 256 mil ao ano.
Mexer no rosto só se for numa situação inevitável, a exemplo de um acidente, deficiência genéticas ou traumas ocasionais de natureza física. Ninguém escapará da velhice, dos anos trazidos pelo tempo e expressados no semblante de cada um. Não há como escapar.
Fico a imaginar o que Sam Jinks – renomado expoente das artes plásticas diria neste momento. Suas criações celebram tanto a beleza quanto a vulnerabilidade e transitoriedade daquilo que há de mais humano. Vale a pena conferir.
Por fim e para encerrar a conversa enjoada… a verdadeira beleza é a beleza interior. Alguém pode dizer agora que isso é clichê e sei lá o quê… não tem jeito. Uma cabeça arejada, sensível, iluminada… não passa por esses modismos nem por botox. O natural tem significado, vida, alma e experiência. Vá dizer isso aos bermudões e lambisgóias das redes socais, vá, vão mandar você pastar. Ansiosos da modernidade – é isso.
Ela tem razão
“Existem pessoas que ainda acreditam que envelhecer é sinônimo de incapacidade, como se fosse até mesmo uma escolha nossa envelhecer ou não. Hoje, todo mundo quer se manter jovem e, muitas vezes, acabamos ficando todos iguais com procedimentos estéticos”. A afirmação é da atriz Denise Fraga, de 57 anos. E continua “O importante é ter mais de cinquenta e estar saudável, forte, envelhecer bem. E é possível ter essa qualidade de vida”. Perfeito! A Denise nunca decepciona…
Prevenção é o nome do remédio
Ainda falando em saúde… muitas cidades abriram para a população em geral a campanha de imunização contra o vírus da gripe (Influenza). Medida extremamente necessária – uma vez que doenças respiratórias estão em alta. A vacina protege, sim, e muito, contra a gripe. O recado está sendo dado agora… que ninguém depois queixe-se que não foi ao posto médico por causa da falta de tempo. Mas para outras coisas arrumam tempo de sobra, ô, se arrumam…
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