João Pessoa, 23 de junho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Danuza Leão está morta. Partiu ontem. Não preciso dizer que ela foi modelo, jornalista e escritora. Sequer que estava com 88 anos, já que se diz muito hoje, que ela podia ir bem mais. Quase 9 décadas. Nasceu no Espírito Santo, morreu no Rio e será cremada no cemitério do Caju, zona norte do Rio.
Danuza, com esse lindo nome, esteve nas grandiosas festas que organizou e participou, até se tornar um guia desse glamour ao atuar como colunista de jornal e autora de livros.
Danuza era a tal. Escreveu para o jornal Folha de São Paulo por mais de uma década e marcou uma época, em tempo que segue, com seu olhar sobre estilo de vida.
Seus textos e crônicas, muitos provocativos e polêmicos, se tornaram assunto geral em inúmeros momentos brasileiros. Em, 2018, por exemplo, Danuza foi um tópico em alta no Twitter ao publicar um texto no jornal O Globo questionando o que é o assédio e afirmando que “Toda mulher deveria ser assediada pelo menos três vezes por semana”. Estava certa, toda mulher é Leila Diniz, gosta de um olhar a mais, uma sedução que nasce com a própria mulher. Sem a mulher, não existiria os deliciosos momentos da vida.
Como escritora, Danuza não tem fim. Entre suas principais obras estão os compilados de crônicas como “Na Sala com Danuza”, (este livro é revelador, magnífico) e livro sobre comportamento como “É Tudo Tão Simples”, mas não é tão simples assim. Que ela não escute.
Danuza publicou lá atrás, em 2005, uma espécie de autobiografia que virou best-seller, o “Quase Tudo”. Eu li esses três livros e ainda os tenho guardados na estante, porque é a linguagem que estanca, que todo mundo gosta de saber e espalhar.
Danuza era diversão e arte, que atravessou todos os lugares, às palavras, num mesmo passo que vai a toda parte, retratando uns e outros em quantos lugares ela quis, deslocada em fronteiras, um coração cheio e vazio, dura na queda, a estender sua linha de fogo, a linha do tempo.
Era ela a própria frase, a fase, face a face, no rosto de cada um de nós.
Kapetadas
1 – Tem dias que a câmera frontal olha pra gente e diz: hoje não.
2 – Chegou o inverno. Finalmente vai fazer calor.
3 – Som na caixa: “O Rio de Janeiro continua sendo”, Gilberto Gil
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OPINIÃO - 22/11/2024