João Pessoa, 27 de junho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O tempo vai passar. Vários alvoreceres, vários ocasos. O tempo, somente ele dirá se os acertos foram maiores ou menores que os erros. Por enquanto, tudo é incerto.
Esperam que acertemos mais do que erremos. Todos esperam tanto. Tantos olhos observam. Tantas mentes conjecturam. Tantas bocas falam. Esperam nossa justiça, nossa retidão, nossa infalibilidade. Criam expectativas e esperam que correspondamos a elas. Somos escravos desse eterno querer a nosso respeito. Escravos porque queremos ser o que querem que sejamos. Escravos porque sofremos quando nos deparamos com a realidade de que essa é uma missão praticamente impossível.
Impossível porque, para o outro, nosso tudo quase sempre vai ser medíocre. Nosso cem nunca vai ser visto, a conta nunca vai fechar. Talvez por isso a janela do quinto andar tenha sido tão atrativa para a garota, apesar das estátuas, e cofres, e paredes pintadas.
Percebe o mecanismo? Um circuito onde caminhamos de costas um para o outro, sempre decepcionados. Decepcionados com o outro, frustrados com nossa suposta mediocridade.
Querer que as pessoas sejam como esperamos, a partir de nós mesmos é cruel. Querer ser o que as pessoas esperam de nós, contra nossa própria natureza é cruel.
Viver sem expectativas. Aceitar o outro. Se afastar do que for intolerável. Sem soberba. Sem se sentir superior. Sem julgamentos. Já existem muitas togas por aí.
Aceitar-se; mudar, se julgar necessário; ser fiel aos nossos princípios; respeitar nossos limites; entender que somos falíveis, que não somos responsáveis pelo que esperam de nós, a menos que tenhamos despertado tal querer.
E o tempo agirá. O tempo mostrará onde erramos, onde acertamos… e… paciência… super heróis não existem.
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