João Pessoa, 22 de junho de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A Assembleia Nacional francesa terá um pouquinho de Brasil. O gaúcho Eduardo Rihan Cypel, 36, foi eleito deputado no fim de semana.
Formado em filosofia pela Universidade Paris 12 e naturalizado francês em 1998, Cypel, que fala português sem sotaque e vem frequentemente ao Brasil, foi eleito pelo PS (Partido Socialista, o mesmo do presidente François Hollande). Leia a entrevista.
Folha – Por que saiu do Brasil e foi morar na França?
Eduardo Cypel – Eu vim para a França com dez anos acompanhando meus pais. Meu pai foi fazer pós-doutorado em medicina.
Sou de Porto Alegre, nasci lá e meus pais também. Não tenho origem francesa, minha mãe é de origem libanesa. Sou francês desde 1998, depois da Copa do Mundo.
Como entrou na política?
Em 2002, depois do fracasso dos socialistas na eleição presidencial e da ida da extrema direita para o segundo turno, surgiu a vontade de fazer política. Eu queria ajudar a levantar o partido [o PS]. Me considerava mais um intelectual querendo ajudar.
Como será sua atuação na Assembleia Nacional?
Especializei-me em imigração, pois fui encarregado do tema nas primárias socialistas, em setembro do ano passado. Minhas prioridades são as mesmas do país: emprego, educação e sair da crise.
Como é ser eleito em outro país e representar os franceses?
É uma grande honra. A França é um país que consegue dar oportunidades a todos que querem se envolver na vida pública, não importa a origem ou o percurso.
E em relação ao Brasil, quais são seus planos?
Serei um grande militante do eixo França-Brasil. É importante reforçar essa parceria e ir além da amizade histórica que sempre existiu. Quero ser um ator que favoreça essa relação forte e essa parceria estratégica.
Folha.com
CONVERGÊNCIA - 26/11/2024