João Pessoa, 22 de junho de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, pode ter o mandato cassado nesta sexta-feira (22). Na quinta-feira (21), O Congresso aprovou a abertura de um processo de impeachment contra Lugo, sob acusação de mau desempenho das funções e de ser responsável por uma operação policial que terminou com 17 mortos, entre policiais e integrantes de movimentos sociais, na semana passada.
Conforme relato do enviado da TV Globo a Assunção, José Roberto Burnier, o clima está tenso nesta sexta-feira na praça em frente ao Congresso. Centenas de pessoas que integram movimentos sociais, sem-terra, camponeses e moradores da capital se aglomeram no entorno do prédio, que está cercado por 4 mil militares.
“Os manifestantes passaram a noite em vigília de apoio a Lugo e, a todo o momento, gritam palavras de ordem, chamando de ‘golpe de estado’ o rito sumário de julgamento político ao qual Lugo está sendo submetido”, relatou Burnier.
O processo de impeachment correu em uma velocidade muito rápida. A votação foi realizada na Câmara na manhã de quinta-feira e até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. À tarde, o Senado definiu as regras do processo. A votação sobre se o presidente poderá ou não permanecer no poder será realizada às 17h30 desta sexta-feira (horário de Brasília).
No início da tarde, Lugo terá duas horas para fazer sua defesa. Ele havia pedido 3 dias ao congresso para se defender, mas o prazo lhe dado foi de 24 horas. O governo é minoria e não possui apoio do Congresso.
O presidente afirmou que não vai renunciar e enfrentar julgamento político.
"Estamos aqui para protestar contra esse julgamento do nosso presidente, um representante genuíno do povo", gritava Manuel Martinez, um manifestante que se dizia ser um dos coordenadores da manifestação.
Negociações com Unasul
Durante a madrugada desta sexta-feira, uma comitiva liderada pelo ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, chegou a Assunção com diplomatas dos países membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) para negociar o caso.
G1
CONVERGÊNCIA - 26/11/2024