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Na Rio+20, Morales critica privatização de bens naturais por países ricos

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publicado em 21/06/2012 ás 14h54

"A economia verde é o novo colonialismo para submeter os povos e governos antiimperialistas e anticapitalistas", defendeu o presidente boliviano, Evo Morales, nesta manhã na Rio+20. Morales também criticou a privatização de bens naturais por países ricos.

Com um discurso longo –ele falou por 14 minutos, embora o limite fosse de cinco– e de tom bastante político, o boliviano criticou a forma como estão sendo discutidas no encontro as soluções para preservar o ambiente.

O conceito e a aplicação da chamada "economia verde", tema central da conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, tem sido questionados por países em desenvolvimento, que temem ter seu crescimento limitado pela redefinição em padrões de produção e consumo.

Segundo Morales, a economia verde nada mais é do que uma "estratégia imperial que qualifica e quantifica cada rio, cada montanha, cada lago em dinheiro".

"O ambientalismo capitalista é uma forma para subjugar os países do Sul, que carregam sob seus ombros a responsabilidade de proteger o que foi destruído por países capitalistas."

Morales lembrou o discurso do "grande sábio" Fidel Castro na Eco-92, quando o líder cubano defendeu que não fossem pagas as dívidas externas dos países em desenvolvimento, mas sim que o mundo se preocupasse com as "dívidas ecológicas".

"Ele disse: temos que acabar com a fome e não com o homem. Paguem a dívida ecológica e não a externa", citou Morales.

ACUSAÇÕES CONTRA RICOS

O presidente da Bolívia aconselhou os demais países a estatizarem seus recursos naturais e serviços fundamentais prestados aos cidadãos. "Os serviços básicos jamais podem ser privatizados. É obrigação do Estado", disse Evo.

"[A economia verde] Coloniza e privatiza a biodiversidade a serviço de poucos. Verticaliza os recursos naturais e transforma a natureza em uma mercadoria. A economia verde converte todas as fontes da natureza em um bem privado a serviço de poucos", criticou.

"Não é possível que uma civilização de cerca de 200 anos ou 300 anos tenha conseguido destruir a vida harmônica que os povos indígenas desfrutaram durante mais de 5.000 anos", disse Morales, que foi muito aplaudido, sobretudo, devido à presença de líderes indígenas presentes na plenária.

Folha.com

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