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Se Bolsonaro e Lula fossem, mesmo, patriotas e democratas…

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publicado em 14/07/2022 ás 11h21
atualizado em 14/07/2022 ás 11h23

Por óbvio qualquer nação fundada sob o republicanismo (e, mais que isto, republicanismo reforçado com a expressão “Estado Democrático de Direito”) exige que seu presidente seja tanto patriota quanto democrata!

Não é só se dizer “patriota” e “nem aí” para o que seja Democracia (Democracia que significa, sobretudo, “respeito e tolerância às diferenças”).

Igualmente pouco significa dizer-se “democrata” se “nem aí” para o patriotismo (patriotismo que significa amar seu território, seu povo com seu passado e sua cultura e todo seu patrimônio construído). Aliás, patriotismo não significa só a exibição dos símbolos nacionais, especialmente a bandeira, como já fizera Adolph Hitler na Alemanhade 1933/1945).
Ser patriota e democrata, condiçõesmais exigíveis a um presidente do Brasil, caracteriza que o mesmo deva estar plenamente comprometido com a Constituição Federal, a partir de seu preâmbulo, que afirma:

– “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”. E esta Constituição Federal, logo em seu artigo 1º, estabelece como um de seus fundamentos o “pluralismo político”.

Lula assinou, como constituinte de 1988, a nova Constituição do Brasil bem chamativa às responsabilidades desde o Preâmbulo que antecede aos seus artigos. Parece ter esquecido particularmente das exortações quanto ao empenho por uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos para que se alcance a harmonia social comprometida, pois, com a solução pacífica das controvérsias, a fim de que realizemos o desenvolvimento do povo!

Da parte de Bolsonaro, que em 1988 não era deputado constituinte e ainda planejava ser vereador no Rio de Janeiro, essa exortação à nossa Constituição parece até hoje nunca ter sido lida.
As reações e declarações públicas de ambos (Lula e Bolsonaro, que são os mais bem posicionados no “ranking” dos candidatos a presidente da República nas eleições de outubro vindouro) diante deste recente lastimável caso de intolerância política acontecido em Foz do Iguaçu (Paraná),são demonstrações claras de que nenhum deles está preparado para, eleito presidente, ser instrumento para a construção de uma sociedade brasileira fraterna, pluralista e sem preconceitos. E se ambos, auto avaliando-se sobre esses seus patriotismo e compromisso com a Democracia, pretendem mesmo contribuir para a harmonia da nação e o desenvolvimento sustentável de seu povo, (re)unam-se e renunciem a suas candidaturas e eles próprios apontem um nome de consenso para essa campanha, obviamente apoiado pelos dois, que a esta altura estão convencidos de que nenhum nem outro tem esta capacidade e carisma para unir a nação. Ao contrário, qualquer deles, eleito, governará um país puxado por três lados, 1/3 cada um desses lados: um radicalmente a favor, outro radicalmente contra e o outro só de brasileiros sem esperança de voltarmos a ser uma nação na acepção dessa palavra!

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