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ONU: 90 mil pessoas fogem de Mianmar por violência étnica

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publicado em 19/06/2012 ás 10h10

A agência de comida da ONU estima que 90 mil pessoas tenham fugido de Mianmar por causa da violência étnica e precisem de ajuda. O conflito entre rohingyas muçulmanos e rakhine budistas ameaça as reformas democráticas realizadas no país no último ano. Nesta terça-feira, os EUA exigiram uma resposta do governo para violência, mas grupos de direitos humanos continuam denunciando prisões arbitrárias de islâmicos no país.

O Programa Mundial de Alimentação diz ter distribuído suprimentos de emergência para 66 mil pessoas na última semana. Elisabeth Byrs, porta-voz da agência, contou que uma operação de três meses deve ser implementada em Mianmar. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) também vai ampliar seu trabalho para ajudar todos que precisaram se deslocar por causa de conflitos étnicos. Adrian Edwards, porta-voz do Acnur, disse que barcos cheios de rohingyas muçulmanos não param de chegar em Bangladesh. O país vizinho, no entanto, não estaria permitindo a entrada de refugiados birmaneses. Só no domingo, 139 pessoas foram ordenadas a voltar para Mianmar.

Após dias de embate entre budistas e islâmicos, o presidente Thein Sein declarou estado de emergência, enviou tropas e impôs um toque de recolher na região de Rakhine.

— Isto é algo que não veríamos no passado. O governo está tentando ajudar todos que precisem, sejam eles rakhine busdistas ou muçulmanos — disse o diplomata americano Michael Thurston, que trabalha em Yangon.

Apesar de apelos do ocidente, o estado de Rakhine, no norte do país, continua uma zona isolada, da qual jornalistas e observadores independentes são banidos, o que impossibilita que as versões do governo sobre o conflito sejam verificadas.

Governo condena dois por assassino que motivou onda de violência

Um tribunal condenou nesta manhã dois homens à pena de morte por violar e matar uma mulher budista. O crime, no mês passado, teria ajudado a desencadear uma onda de violência entre muçulmanos e budista no norte de Mianmar. Até agora, 50 pessoas morreram, informou a imprensa estatal.

Três muçulmanos da etnia rohingyas foram presos depois que uma mulher budista, de 27 anos, apareceu morta no dia 28 de maio. Um deles se enforcou, enquanto esperava o julgamento.

O Globo

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