João Pessoa, 18 de julho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Alguns dias, acordamos com uma vontade maior de viver. Ouvimos claramente a vida dizer: vem, vem, vem… Não sabemos o caminho. Ela raramente nos mostra por onde seguir. Quer que descubramos. Faz parte da aventura. Ou, então, ela é uma criança querendo brincar de pique-esconde. Por vezes, achamos complicado seguir o rastro da vida. Algum tipo de cegueira nos impede.
Há vários tipos se cegueira que podem nos atrapalhar nessa constante busca pela sensação de vida. Cansaço mental, físico e espiritual. Vozes interiores que nos mandam parar, quando deveríamos ter seguido. As mesmas que nos mandam seguir, quando, claramente, deveríamos ter parado. A ansiedade desenfreada por esse encontro com a vida também nos atrapalha. Por causa dela deixamos de apreciar a paisagem, muitas vezes sem saber que o melhor está no caminho. Campos e pastos verdejantes é o que esperamos ver, ignorando a beleza que também pode existir na paisagem seca e aparentemente abiótica.
Passamos grande parte da vida sem realmente percebê-la. É como se ela estivesse inerte. Ou como se estivéssemos anestesiados. Só quando algo insólito acontece, algo que mude a direção do vento, quer em direção à mais perfeita calmaria, quer em direção à mais devastadora tempestade, é que acordamos do sono em vigília no qual estávamos.
Como viver de forma que sintamos a vida? É preciso dar sentido a ela? Que tipo de sentido nos serviria de estímulo? Viver em direção ao prazer pelo prazer? Viver em direção ao outro, na tentativa de também fazê-lo se sentir vivo?
Na maioria das vezes não avaliamos o quão importante é nos questionarmos a respeito disso. Nossa estadia aqui é muito curta. Não vale a pena fazer parte da viagem sem apreciar o trajeto. É verdade! A vida não nos mostra o caminho em direção a ela mesma. Só uma coisa nos dá o norte: o amor. Porque eles nunca andam separados.
Então, quando a vida chamar pra viver e você não souber por onde começar, comece amando.
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NOVA VAGA - 17/12/2024