João Pessoa, 18 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Embora não seja completamente definitiva – ainda faltará o crivo do encontro para escolha da tática eleitoral – hoje a eleição dos delegados que decidirão os rumos do PT tem um viés de tudo ou nada para as alas em conflito. Para alguns, é uma questão de sobrevivência política. Para outros, sobrevivência de outra ordem.
Rodrigo Soares e CIA, enfraquecidos após o resultado de 2010, vêem na vitória da candidatura própria a chama capaz de reacender a fogueira da expectativa de poder, perdida com o naufrágio a que o PT foi levado na eleição passada. Se vencerem, voltam a ter cartas pra jogar. Derrotados, correm risco de aprofundarem o desgaste.
Para o grupo liderado pelo deputado Luiz Couto, a vitória em João Pessoa fortalece o cacife político dos seus integrantes perante o governador Ricardo Coutinho e dentro da própria instância petista. É um passo inicial para a tentativa de retomada do controle do diretório estadual, arrebatado por Rodrigo com uma forcinha de Maranhão.
Usando o jargão futebolístico, o padre Luiz Couto tem obrigação de ganhar dentro dos seus domínios, sob pena de perder imprescindíveis pontos. Luciano Cartaxo, apoiado por toda a bancada estadual e cheio de apoios nacionais, não pode decepcionar. Não é a toa que o resultado está sendo disputado a tapas, literalmente.
No detalhe –
Em que pese o acirramento e as profundas divergências, na reta final do encontro os dois segmentos do PT de João Pessoa já convergem pelo menos num aspecto.
Pau a pau –
Ambas as alas admitem expectativa de eleição apertada, com pequena margem de voto para a tese vencedora. Claro que cada qual aposta em vitória de seu agrupamento.
Números da disputa interna –
O PT tem cerca de oito mil filiados em João Pessoa. Desse total, 4.581 estão aptos a votar nas 20 urnas em cinco escolas espalhadas por bairros diferentes da Capital. Nove chapas inscritas disputam vagas dos duzentos delegados que definirão no próximo domingo a tática eleitoral a ser adotada pela legenda na eleição de 2012.
Olho no olho –
Nas últimas horas, o deputado Luciano Cartaxo (PT) tem dedicado toda a agenda para visitas a filiados do PT. O mesmo faz as seis chapas que apóiam a tese de candidatura própria. Aliás, a pulverização foi uma estratégia para ajudar no corpo-a-corpo.
Cautela –
O vice-presidente do PT pessoense, Jackson Macedo, mantém a expectativa de vitória do segmento apoiador da aliança com o PSB, mas guardou a euforia de antes. “O nosso pessoal está animado. A expectativa é de uma ligeira vantagem. Só que o PT é o PT”.
Tapas e beijos –
Sexta-feira à noite, na sede do PT, o ex-presidente Hildevânio Macedo e o atual vice Jackson Macedo trabalhavam juntos os últimos preparativos. Nem pareciam rivais…
Compromisso –
Em contato com a Coluna, Hildevânio Macêdo informou que seguirá integralmente a decisão da maioria, independente do desfecho reservado ao PT neste domingo.
Café da paz –
Ele sugeriu que na segunda-feira, todas as alas se encontrem em café-da-manhã e coletiva à imprensa para divulgação conjunta do resultado oficial do encontro interno.
Dando que se recebe –
“Se a decisão for por aliança, estarei cumprindo fielmente. Agora se for pela candidatura própria, vou esperar a reciprocidade dos companheiros”, frisou Hildevânio.
Pingo nos is –
Assim que chegou a João Pessoa, Jorge Coelho, escalado pela nacional para acompanhar o pleito, fez questão de dizer que sua presença não era intervenção.
Contundente –
Fulminante a fala do governador Ricardo, logo após manifestantes da UEPB interromperem seu discurso justamente na posse de mil nove professores do Estado.
Corporações –
“Temos o desafio de fazer com que aqueles que sempre tivessem impregnados a um determinado poder compreenderem que ninguém é dono de nada”, preambulou Ricardo.
Números –
“Os órgãos públicos e a educação pertencem ao povo. Nossa universidade pertence não a uma casta que se aproveita dos R$ 18,170 milhões por mês que se coloca na UEPB…”.
Regalias –
“Esse dinheiro que não é prestado contas, talvez sirva para um pequeno grupo de privilegiados que têm diárias, viagens e que não conseguem atingir a toda Paraíba”.
Comparação –
De 2004 a 2009, quando cresceu quatro vezes, o custeio da UEPB foi de R$ 12 mi. De 2010 a 2011, o patamar de aumento foi de R$ 11 mi. Sem nenhuma nova sala edificada.
PINGO QUENTE – “A UEPB não vai ser refém. A UEPB vai ser da Paraíba”. Do governador Ricardo Coutinho durante desabafo no Espaço Cultural, após barulhento manifesto de setores ligados à UEPB.
Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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