João Pessoa, 02 de agosto de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Não preciso explicar a importância que Teresa Suassuna representou na minha vida, desde o tempo em que comecei a escrever a coluna Kotidiano no Jornal O Momento, e depois no Jornal Correio da Paraíba. No dia em que meu texto era publicado, ela ligava para o jornal, pedindo para falar comigo e dizia: “Que maravilha, sou sua fã, seu texto é diferente”.
Fui gostando dela, leitora assídua e comentava, da mesma forma que outros ainda o fazem. Também não tem por que justificar a criação do texto, se agora estou escrevendo sobre ela, que não está mais entre nós.
Uma pessoa boa, Teresa Suassuna. Sim, não porque ela partiu sábado passado e estou dizendo que ela era uma pessoa legal, porque era.
A última vez que nos falamos, foi no começo de maio: ela disse que não estava bem. Adorava os netos: “Meus netos estão aqui em casa hoje, pense numa avó feliz”, dizia.
Grande era sua vontade de viver, ela passava essa impressão, desde que começou o tratamento de hemodiálise. Nunca reclamava. Ia purificar seu sangue três vezes por semana, sozinha, no seu carro. Ligava pra mim de lá e não se lamentava.
O tempo supera raízes e essa banho vi no sábado, que começou a chover intensamente entrando no domingo, com mais chuva. De madrugada, Teresa jogou água nos meus olhos.
Esse amor chamado amizade, num aumento significativo, faz de mim um homem cordial. Fiz alguma coisa por ela? Não importa. Nossa amizade tinha mão dupla. Trago no meu escapulário a imagem de São Bento, que ela me deu.
Cada dia mais, perdemos os amigos. Teresa tinha um astral notório. Falava do amor que tinha pelos seus pais. No casamento de sua filha Dolores, ela me apresentou a Seu Imperiano de Lucena.
Às vezes estava ocupado e não podia atender suas ligações, mas dava retorno e ela dizia: “você está muito importante”. Mas o amor que nos unia era da maior importância.
Fiquei triste. Liguei para Selda Falcone, amiga dela, e Selda disse: “que coisa, eu gostava tanto de Teresinha, minha amiga”.
Teresa ia para as festas do meu aniversário. Chegava, me abraçava e eu a levava até a mesa.
Num momento de multiplicação da vida, Teresa sem entraves, partiu. Puxa vida!
Kapetadas
1 – O texto é dedicado aos netos Guilherme, Mateus e Beatriz.
2 – É bem verdade que o coração humano bombeia mais amor do que sangue.
3 – Nas horas de dor, mais difíceis, a alma descansa.
4 – A ilustração da coluna foi de sua formatura em Direito, em 1975.
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OPINIÃO - 22/11/2024