João Pessoa, 15 de junho de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
AMEAÇA

Irmandade Muçulmana alerta para dias muito difíceis no Egito

Comentários: 0
publicado em 15/06/2012 ás 09h53

A Irmandade Muçulmana do Egito fez alertas nesta sexta-feira sobre a situação política e democrática do país, que o grupo enxerga estar sob ameaça após a Suprema Corte Constitucional declarar o Parlamento inválido, a Junta Militar assumir o Poder Legislativo e Ahmed Shafiq, ex-premier do ex-ditador Hosni Mubarak, ter sua candidatura presidencial mantida.

Veja galeriaNo Egito, manifestantes protestam diante da Suprema Corte ConstitucionalJunta Militar do Egito reassume Poder Legislativo
Religião vira fator decisivo na disputa pela Presidência do Egito Primavera Árabe reduz a paz regional, diz ONG.

Em um comunicado, a Irmandade, que tinha a maioria dos assentos parlamentares, disse que as decisões indicavam que o Egito ruma para “dias muito difíceis que podem ser mais perigosos do que os últimos dias do regime Mubarak”. “Todos os ganhos democráticos da revolução podem ser dizimados e anulados com a ascensão ao poder de um dos símbolos da antiga era”, afirmou a nota.

Em sua página no Facebook, Mohammed el-Beltagy, vice-presidente do Partido da Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade, chamou os últimos acontecimentos de golpe. As mudanças no cenário político foram uma reviravolta para os islamistas, que antes vislumbravam a possibilidade de conquistar a Presidência através de Mohamed Mursi para governar em pleno acordo com sua maioria na Câmara baixa do Parlamento, após anos banidos sob o regime de Mubarak.

Mesmo assim, após uma reunião na noite de quinta-feira, a Irmandade Muçulmana optou por continuar na disputa das eleições presidenciais que ocorrem neste fim de semana. Diversas personalidades e figuras políticas também se manifestaram contra a decisão da corte egípcia.

Abdel Moein Abdulfutu, candidato islamista derrotado no primeiro turno, afirmou que “manter o candidato militar e dissolver o Parlamento eleito depois de permitir o Exército realizar detenções é um golpe de Estado completo”.

Mohamed ElBaradei, ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU escreveu em seu Twitter que "Eleger um presidente na ausência de uma Constituição e de um Parlamento é eleger um "imperador" com mais poderes que o ditador deposto".

Alaa al-Aswany, um importante autor egípcio, pediu que os eleitores boicotem as votações de sábado e domingo. “Se a Irmandade Muçulmana levasse sua responsabilidade nacional a sério, eles iriam pedir para que as eleições sejam anuladas e aconteçam novamente após Shafiq ser desqualificado e julgado. Infelizmente, a Irmandade está repetindo todos os seus erros”, escreveu al-Aswany em seu blog.

Para o escritor, “o segundo turno é ilegítimo e será manipulado, assim como o primeiro turno foi manipulado, para garantir que Shafiq assuma a Presidência” e quem se revoltar após sua posse será reprimido violentamente.

“A menos que demandas legítimas sejam atendidas (excluir Shafiq da disputa, julgá-lo por corrupção e investigar fraudes no primeiro turno), eu não vou participar do segundo turno dessa farsa. No dia da eleição, eu vou e vou rasgar a minha cédula de votação. Se muitas pessoas rasgarem suas cédulas, isso vai mandar uma mensagem poderosa de que as eleições não são válidas”.

O Globo

MaisTV

Reeleito presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino prega “equilíbrio” na Casa

BIÊNIO 2025-2027 - 26/11/2024

Opinião

Paraíba

Brasil

Fama

mais lidas