João Pessoa, 09 de agosto de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Encontrei um amigo que me contou a seguinte história, que repasso para todos, sem tirar nem pôr.
“Estava eu em companhia do meu casal de netos, ambos de 5 anos, sentado no sofá e assistindo a um episódio de Bob Esponja. O episódio mostrava aqueles excertos de propaganda eleitoral permitido pela lei lá deles. Era a propaganda do Partido das Trutas, cujo representante máximo era Lula Molusco, sempre irritadiço, razinza e rabugento, achando-se o máximo em tudo, sobretudo como tocador de clarineta, com a qual encantava, com destreza nunca antes vista, os peixes-palhaço. A propaganda dizia que, no tempo em que o molusco governara a Fenda do Bikini, sobrava dinheiro na previdência netuniana. Agora, que havia um governo ilegítimo, pois a senhora Puff havia sido defenestrada do poder, não há mais sobra de dinheiro algum e que da previdência bikiniana só restavam as escamas. Ou seja, no linguajar esdrúxulo da senhora Puff e dos seus seguidores, houve um ”escamoteamento da previdência”. Fiquei pensando que, se a senhora Puff, antes de ser apeada, disse que faria uma reforma da previdência bikiniana, pois precisava equilibrar as contas, das duas uma, ou o molusco está mentindo ou o dinheiro foi, digamos, mal administrado pela presidente, cujo partido é o mesmo do molusco.
Perguntei à minha neta o que ela achava. Ela disse: ‘Ele está mentindo, vovô! Como ninguém vai averiguar os números, ele mente sempre dizendo – há trinta milhões de peixes abandonados, tirei trinta milhões de piabas da miséria’. Repare, vovô, que ele tem fixação pela cifra de trinta milhões!’.
Fiquei estupefacto, boquiaberto, perplexo! Mas não parou por aí. O Molusco continuou jogando a culpa de tudo em Bob Esponja, que substituiu a Sra. Puff na presidência. Ele era o culpado de tudo, representante do vermelho opressor, o Sr. Siriguejo, empresário e capitalista selvagem dono de uma cadeia de fast-food ‘O Siri Cascudo’, explorador do coitado operário, a quem tudo pertence, porque ele é quem tudo constrói. E o Molusco explicava como iria ajeitar o país, se voltasse à presidência e como mandaria prender, democrata que era, todos que falaram mal dele, blá, blá, blá, blá, blá, blá…
Dessa vez, perguntei a meu neto o que ele achava. Ele respondeu: ‘Quero ver, vovô, se ele explica de onde vem o dinheiro para ele estar cortando as águas da Fenda do Bikini, em submarinos particulares, e para pagar as bancas dos tubarões que o defendem. Mas o problema mesmo, vovô, é Patrick Estrela que continua alienado, só pensando em comer e em mamar em alguma teta de baleia’.
Fiquei sem palavras. Como crianças de 5 anos podem perceber estas coisas e muitos doutores das várias universidades da Fenda do Bikini, cheios de pós-doutorados, que conhecem tudo de história, não percebem?
Não tenho respostas, disse o meu amigo, mas de uma coisa eu tenho certeza: vou passar mais tempo com meus netos e assistir mais desenhos. Ficção por ficção, a do Bob Esponja é mais interessante”.
Acho que farei o mesmo, principalmente agora, porque vejo, no capítulo seguinte que o Molusco está implorando o apoio do Partido dos Meros Bazófios e do próprio Bob Esponja, um dia, não muito longe, chamado de golpista.
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