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Magistrado, colaborador do Diário de Pernambuco, leitor semiótico, vivendo num mundo de discos, livros e livre pensar. E-mail: [email protected]

A bolsa criativa de Larissa

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publicado em 25/08/2022 ás 07h00
atualizado em 24/08/2022 ás 20h17

Dizem os acadêmicos e beletristas que a mais difícil forma de expressão literária é a poesia. Outros afirmam, categoricamente, que é a prosa longa, ou seja, o romance. Outros admiram também o conto e a crônica. Na juventude pratiquei alguns poemas e, no furor juvenil, cheguei a publicá-los em jornais locais e em livro impresso em parceria com o amigo Fernando Almeida, recentemente falecido. Ousei alguns contos, depois a crônica ocupou boa parte de minha produção literária e me mantém em constante estado de aprendiz.

Embora nunca tenha escrito um romance, sou leitor apaixonado dos seus mais variados gêneros: policial, regional, ficção científica, realismo mágico ou, como prefere Irlemar Chiampi, realismo maravilhoso. Tenho lido bons romances e muitos deles escritos por paraibanos e paraibanas, ou por gente aqui radicada. Um deles me chamou atenção pela criatividade do título: O que as mulheres carregam nas bolsas (Editora Mondrongo, 1ª edição, Editora Ideia, 2ª edição, 2022), da escritora e psicóloga Larissa Rodrigues, que nasceu em Currais Novos, no vizinho estado do Rio Grande do Norte, mas é pessoense por adoção. Por falar em adoção, esse tipo de colocação em família substituta é abordado com muita propriedade dentro do arco narrativo do romance.

No dia alusivo ao escritor (25 de julho), a Fundação Casa de José Américo conferiu à Larissa Rodrigues o título de “escritora revelação” de 2022, em evento bastante prestigiado na mansão do Cabo Branco.

O livro de Larissa trata de empoderamento feminino, violência contra a mulher, perda, traição, machismo exacerbado, arrependimento, conflitos psicológicos e alteridade, temas urdidos por uma narrativa bem delineada pela pena estreante de uma escritora que abriu sua bolsa criativa e nos mostrou o interior de personagens bem construídos, com perfis convincentes e realistas para com suas vozes e atitudes, nos mostrar que apesar de todas as formas de violências sofridas pelas mulheres (mesmo em países onde a submissão feminina é cultural), elas podem de rostos erguidos e passos firmes, seguirem confiantes e resolutas para o domínio  de suas vidas.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB