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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Um ideal de vida plena

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publicado em 29/08/2022 às 07h00
atualizado em 28/08/2022 às 14h09

Viver nos dias de hoje não é uma tarefa fácil. Há três anos, desde pouco antes do início da pandemia da COVID-19, me vi envolta em uma ansiedade existencial, que me fez, desde então, procurar resolver essa charada que é viver; como um doente terminal procura pelo antídoto que cure a doença que o fará morrer mais cedo ou mais tarde. Medos e acontecimentos que existiam apenas na esfera da hipótese tornaram-se, infelizmente, realidade. O que fez com que a minha busca pelas respostas  se transformasse em algo essencial, que me impulsiona. Sinto-me num constante resfolegar.

Resolvi começar essa viagem perguntando primeiro sobre mim mesma. Tentando ter consciência da minha própria existência e o que ela representa. Qual o sentido dela. Qual o propósito. O que faz com que a vida seja digna de ser vivida apesar das adversidades pelas quais passamos ou das perdas que enfrentamos. Embarquei nesse trem porque não vejo como plausível para mim um mero sobreviver, enquanto o conceito de plenitude ronda meu subconsciente e provoca minha alma a encontrá-lo.

O que eu não sabia era que, uma vez começada a jornada, esta nunca terminaria. Nunca poderei dizer “estou pronta”. Num dia, luto contra a dor. No outro contra a ansiedade. No outro contra a raiva, contra o medo, contra as preocupações com o futuro. Sempre num treino constante de como dominar esses sentimentos e não permitir que eles deturpem minha cognição e consciência sobre quem eu sou e sobre quem posso ser.

Resolvi dar nome à embarcação que me transporta,  dentro de mim mesma, nessa viagem infinita a um constante descobrir-se e adaptar-se. Chama-se “Resiliência Emocional”. Dentro dela existe um manche. Por meio dele, direciono minha mente ao que é importante hoje, agora. O que me acontece hoje, o que eu tenho hoje, o que sou hoje são apenas pequenos pontos dentro do turbilhão que é minha existência. E, depois, quando essa centelha se apagar, quero que o que tenha restado seja um propósito cumprido. Uma missão realizada. Este é o conceito de vida plena que quero para mim: uma vida que cumpriu seus desígnios.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB