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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Transar o verbo transar

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publicado em 04/09/2022 ás 09h18

Encontrei no Twitter da Carol Ligabue: (foto) “Eu amo o conceito de transar como era nos anos 80/90. “Eu transo um trabalho”. “Vou transar uma reunião com eles:” E se a gente transasse uma empresa juntos”. Eu tinha uns 10 anos e ficava nervosa a cada vez que essa palavra era “transada” em público.”

Amei, Carol, obrigado! Ah, os anos oitenta, foram tão maravilhosos que não consigo contar, mas consigo lembrar de tudo inclusive do cheiro do new wave gel – cabelos com brilho molhado hehehehe. 

Tinha até uma novela chamada “Transas e caretas”!

Tinha cartaz no shopping: proibido transar sem camisa no interior do shopping… Era conversar, tá gente? O mesmo que prosar. Lembrou o prédio que transitei no Rio que na placa oitentista proibia o “estacionamento” de pessoas nas escadarias do prédio. 

João Pitella júnior diz que O LANCE ERA TRANSAR GÍRIAS BACANAS e analisou algumas frases da novela Água Viva(me bateu uma saudade de minha amiga Beth Goulart de cabelos curtinhos). João lembra inteligentemente que transar era fazer qualquer coisa, inclusive transar. “Se pintou um lance de culpa, você tem que transar isso com a sua família”; “não transo esse tipo de ensino careta”. Variação: destransar. “Destransei a motoca e descolei um jipe”. 

Uma menina lembrou A cena do César falando “Eu não transo violência” em Vale Tudo( novela de uma das maiores audiências brasileiras de todos os tempos) 

Eu falava nessa época: Ah, a gente podia transar um cineminha hoje à tarde. 

Será que o pessoal transava uma Mesbla, no sábado? 

Eita, nem posso ir à reunião do trabalho em grupo, hoje, pois tenho que transar o “tic”. Transar o tic era comprar o passe escolar (ticket) por metade do preço da passagem na enorme fila na Secretaria de Transportes. 

Pois é, a vida tinha dessas transas! 

Sei que o transar de hoje é muito bom, mas era tão gostoso transar inocentemente naquele tempo. Minha amiga Malu, me chama de ser transante, não no sentido 80’s, pois é, fazer o quê? Aceito o rótulo em quaisquer estilos. 

Bom escrevi essa crônica porque transei muito ontem, então bateu uma inspiração ótima. Ah, para minha gente, quanta mente poluída(risos), transei muito uma casa pra reunir a galera da época pra papear, dançar, relembrar, e, como falou Pitella, transar no sentido de fazer qualquer coisa, inclusive transar! 

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