João Pessoa, 12 de setembro de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Existe um provérbio árabe que diz que a hora mais escura do dia é a que vem antes de o sol nascer. Escuridão que demora dias. Dias que podem se transformar em anos. Ruim é ficar acordada nessas horas!
É um tempo interminável! O relógio simplesmente paralisa. O cronológico deixa de existir. A noção tempo-espaço se perde.
Mas aí, de repente, começa a surgir no céu uma cor diferente, é uma cor indescritível. Um tom pastel deslumbrante. Não dá pra dizer se é brilhante. É uma temperatura entre o frio e o morno, também difícil de descrever.
Então você percebe que, finalmente, as horas se passaram. Que o relógio funcionou normalmente e que o tempo cumpriu seu papel.
A luz morna começa a esquentar cada vez mais. Tem cheiro de esperança, como se algo muito bom fosse acontecer. Nem sempre acontece, mas a simples possibilidade já traz de volta o vigor.
De repente, ele surge, com toda sua imponência…! Vibrante! Acolhedor! A luz que vem dele penetra cada espaço, ninguém resiste à sua presença. Ele, então, entrou pela pequena fresta, impetuoso. Foi necessário abrir a porta. Ele secou o terreno encharcado. Aqueles que estavam esperando por ele para desabrochar, finalmente o fazem. Os que dependiam dele para se mover, já começam a entrar no ritmo.
As gotas de orvalho da noite vão evaporando e subindo para formar nuvens…
Acabou a transição. Não é mais noite. Já é dia.
E, assim, a vida acontece.
Quando o sol nasce a vida acontece.
Nasce, sol! E começa de dentro pra fora!
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