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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Comércio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

As pesquisas eleitorais mentem?

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publicado em 19/09/2022 às 13h04
atualizado em 19/09/2022 às 08h06

Criada no final do século XIX, como um instrumento estatístico, os institutos de pesquisas se tornaram em uma preciosa e extremamente confiável ferramenta do mundo moderno para tomadas de decisões que moldaram a nossa sociedade de hoje.

Afinal, seriam as pesquisas eleitorais confiáveis? Historicamente as pesquisas sempre ofereceram credibilidade mundial, desde para simples obtenção de dados para implementação de políticas públicas governamentais como saúde, segurança, educação até a identificação de números que formataram revolucionarias estratégias de ações mercadológicas.

Essa unanime credibilidade cai por terra quando se trata de pesquisa de cunho eleitoral onde os números apresentados se tornam motivos de questionamentos e suspeitas pelos candidatos em desvantagem. Isso não é só no Brasil. A primeira pesquisa eleitoral do mundo, realizada pelo jornal norte-americano Literaty Digest, em 1932,aferiu com sucesso a intenção dos votos dos americanos, enviando pelos correios20 milhões de cédulas para as casas dos eleitores recebendo 3 milhões de respostas apontando a intenção de voto para Franklin Delano Roosevelt que foi confirmado como presidente eleito dos Estados Unidos da América.

Mas, em outra eleição presidencial do EUA, em 1948, um caso emblemático protagonizado pelo jornal Chicago Daily Tribune onde na véspera do pleito, publicava a manchete em letras garrafais na sua primeira pagina prevendo a vitória acachapante de Thomas Dewey sobre Henry Truman, o que não se confirmou. Eleito, o Democrata Truman posou para uma foto em tom de gozação, com o jornal nas mãos gerando uma imagem para o mundo que partir daquele momento colocava em suspeição a lisura das pesquisas eleitorais.

No Brasil, por culpa dos candidatos e da imprensa militante, a maioria das pesquisas foi deturpada, deixando de ser um fiel instrumento de informação para serem manipuladas como um escancarado instrumento de marketing.

As pesquisam erram? É obvio que as pesquisas erram. Elas representam uma fotografia daquele momento pesquisado e que oferece um resultado dentro de uma margem de erro e nível de confiança através de uma lógica de amostragens distintas e com metodologias diferentes.

Os nossos seis principais mais confiáveis institutos de pesquisas eleitorais, IPEC, Quaest, Datafolha, Ideia, Ipespe e Poder 360 podem apresentar resultados distintos numa mesma pesquisa. A explicação é simples: os três primeiros fazem suas entrevistas presencialmente os outros três por telefone. Embora esses dois tipos de sondagens seja metodologicamente correto incorrerem no grave risco de que as pesquisas presenciais retratarem as opiniões dos mais pobres enquanto as telefônicas representariam a intenção de voto dos mais ricos. Além dessas distorções temos que considerar que essas sondagens estão sendo realizadas em cima de dados defasados de doze anos atrás do Censo de 2010.

Essas pesquisas de 2022 tem tudo para ser uma grande furada, nos restar aguardar pela mais precisa e confiável de todas elas, a eleição do dia 02 de outubro.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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