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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Prato feito 

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publicado em 27/09/2022 às 07h00
atualizado em 27/09/2022 às 05h36

Eu não tenho à mão nenhuma pedra para jogar em ninguém. Não tenho mesmo e acho selvagem, quem diz horrores dos outros. Também acho exemplar cultivar amizades, para poder confirmá-las na vida e dar rigor à referência de uns e outros.

Não tenho boa memória, mas me lembro das pessoas do bem, de gestos de solidariedade, independente dessa política de interesses pessoais, de troca de favores, ou de realizações insignificantes. Isso está longe de mim.

A vida nunca foi um livro, mas creio que no fim dos capítulos, não sei a que propósito e sobre o sentido das palavras, a amizade se serve do vocábulo alimento. Tenho certeza. Alimento de um modo geral.

Digo alimento não de forma substantiva.

Tenho sempre vontade de ajudar as pessoas. Na verdade, não precisa ninguém me acompanhar.

Sem titubear, as arquitetas Pedrita Tavares e Carmen Melo espirituosamente brilhantes,  estão na batalha para ajudar o arquiteto Alain Moszkowicz – Alain merece viver mais.

Nesta semana que antecede as eleições no Brasil, tenho visto a ira de muitos. Só acho estranho, as pessoas se estranharem por causa dos candidatos. Tenho visto horrores no guia eleitoral.

Não vejo nenhum candidato pensando naquele que passa fome, que não tem onde dormir. Só ataques. E assim, alguns eleitores fazem o mesmo com os amigos. Nunca vi tanto ódio.

Não nos fica nenhuma ambiguidade, não nos restam quaisquer dúvidas, não precisamos de esclarecimentos complementares.  Estamos numa guerra, mas eu não estou. Saio de casa para trabalhar e não tenho adesivos de candidatos no meu carro.

Queria ver os que experimentam dizer repetidamente alimento, feijão, arroz, farofa, ovo e rapadura. E reparem como a palavra alimento perde sentido e significado diante do luxo e da glória. Vai deixando progressivamente de querer dizer seja o que for. Após algumas repetições, alimento já não quer dizer nada, já não tem sabor, sequer significado.

Bom apetite a todos.

Kapetadas

1 – A vida não é só trabalhar para os outros. A vida também é cuidar da gente para que a gente fique bem pra poder trabalhar em paz.

2 – Pedras no caminho? Antes fosse, é nos rins mesmo.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB