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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Comércio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Pesquisas eleitorais: fraude ou incompetência?

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publicado em 24/10/2022 às 15h32

Os grotescos erros dos institutos de pesquisas registrados com a abertura das urnas no 1° turno das eleições levou uma reação imediata da Câmara dos Deputados em aprovar nessa terça-feira (18) o regime de urgência para tramitação de projetos de lei que pune criminalmente os institutos de pesquisas eleitorais useiros e vezeiro sem divulgar antes e durante o período eleitoral, pesquisas absurdamente distorcidas dos resultados apurados nas urnas no dia da eleição.

A gota d’água que motivou a ardilosa e açodada reação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)em desengavetar e aprovar em plenário, com uma robusta maioria de 295 votos a favor e 120 contra, um requerimento de pedido de urgência para a matéria, datado de2011, prometendo regrar e punir criminalmente quem contrata, elabora e divulga pesquisas, veio depois de dois escandalosos e inexplicáveis resultados registrados agora na última eleição que desmoralizaram os principais Institutos de pesquisas eleitorais no Brasil: o primeiro veio, com o furo vergonhoso de 22% na pesquisa do IPEC (ex-IBOPE) apontando na véspera da eleição, sábado (1), a derrota do candidato a senador Rogério Marinho (PL-RN) por uma margem de 11%, que ao abrir as urnas no domingo (2) foi eleito por uma vantagem de 11% sobre o segundo colocado. O segundo resultado adverso mostrado pelas urnas aconteceu nos mesmos moldes e percentuais semelhantes no maior colégio eleitoral do país onde nenhum instituto de pesquisas apontava em nenhum momento a vitória de Tarcísio de Freitas (SP) sobre Fernando Haddad no primeiro turno. O que aconteceu? As urnas revelaram um resultado totalmente inverso com Tarcísio saindo na dianteira.

No tocante a disputa presidencial, os institutos Datafolha e IPEC apontavam na véspera do pleito, falei na véspera, uma vantagem de 14 pontos percentuais de Lula à frente de Bolsonaro, no entanto, após as urnas apuradas essa diferença caiu para cerca de cinco pontos percentuais. Um vexame.

O caldo engrossou semana passada quando o Ministério da Justiça e o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) entram com um pedido de investigação alegando manipulação fraudulenta dos institutos de pesquisas sob a forma de cartel. Investida neutralizada e arquivada de imediato pelo xerife do STF, Alexandre de Moraes, com a justificativa de “desvio de finalidade” dos órgãos impetrantes. Seria mesmo desvio de finalidade? Acredito que perdemos a oportunidade de ouro para saber as verdadeiras razões que levam grandes bancos e corretoras de investimentos como, Modal, XP, Genial e BTG Pactual (essa ultima tem o seu dono ligado visceralmente a Lula), gastarem milhões em pesquisas eleitorais. Teriam essas pesquisas o intuito fraudulento, ao longo de toda campanha, de influenciar votos e interferir no comportamento da Bolsa de Valores?

Afinal, o que estria acontecendo com os institutos de pesquisas eleitorais do Brasil? Fraude ou Incompetência? A grande verdade é que os institutos de pesquisas saem do pleito eleitoral de 2022 totalmente desmoralizados sob o manto da suspeita de deliberadamente manipularem resultados.  Por que não investigar?

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB