João Pessoa, 25 de outubro de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Eubiose, Eulajose

Comentários: 0
publicado em 25/10/2022 às 07h00
atualizado em 25/10/2022 às 07h24

Nunca mais ouvi alguém falar no poeta Eulajose Dias, no diluvio de suas palavras, que afirmara que palavras não são bolas de futebol, mas ele jogava bem com as palavras como se bolas fossem.

“Futebolescas as palavras se tornam bolas para todos os acertos de concordância ou sintaxe, gramática jogando com matemática quase. Gol de pensamento”

Ora, bolas estou a escrever sempre como se fosse morrer de prazer. Dê spoiler, alerta se for viver pra sempre, adeus.

Tem aumentando a intensidade dos fetiches da felicidade.

O show de Caetano Veloso no domingo à noite no Teatro Pedra do Reino foi uma explosão de criatividade. Até Nossa Senhora das Neves apareceu.

Escrever como se escrever fosse o bastante, mas não é. Bastante é cantar uma canção. Basta estar vivo.

Viver como se tudo já estivesse sido dito, como conhecer outra pessoa, mas nunca morrer como se não tivesse vivido.

Não se mate, sem antes ler Eulajose, que ficou conhecido pelo “Poeta-barbeiro”

Não se mate antes de ver “O Pagador de Promessas” (foto) de Ancelmo Duarte

Como se tudo fosse alimento pra outro ser vivo, na grande eubiose das coisas.

Escrever como quem come, como quem goza.

Deus ou Freud, a indústria farmacêutica, ou nada.

Corram caravanas de hebreus com seus filhos antes que o mar se canse, antes que a galo cante outra vez.

Em Brasília o galo do vizinho de Francisco, canta o dia todo.

Cresça e desapareça.

O cavaleiro maldito Roberto Jefferson terminou se afogando num castigo bem dado. Os dados já estão rolando.

Quem está feliz, levante a mão.

Os aplicativos não conectam com ninguém.

Você e você ficam se olhando, através da sala dos espelhos.

Você é sempre uma versão de você. O seu desejo é quase sempre uma versão sua.

Admirando a própria forma física, fixa em pixels.

Os aplicativos são um espelho d’água. Ilusões.

Kapetadas

1 – Expectativossexual – A pessoa que sequer conhece a outra, mas já escolheu o roteiro de viagem da lua de mel e o nome dos gêmeos.

2 – Quando acabarem as eleições sofreremos de abstinência por falta de descaramento nas redes sociais.

3 – Som na caixa: “O que fizestes, Sultão, de minha alegre menina?” Jorge Amado.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB