João Pessoa, 31 de outubro de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Sou intensa, sou hoje, sou agora.
Não gosto de joguinhos, não aceito migalhas de afetividade, detesto a mediocridade.
Mostro o que gosto, o que quero e tenho preguiça de quem se esconde por trás de insegura.
Penso demais, vejo demais (vez por outra, até o que não deveria), sinto demais!
E, quando amo…ahhh, quando amo, amo demais!
Por vezes, construí muralhas ao meu redor. Por vezes, me senti segura dentro delas, como uma fortaleza, inalcançável, inatingível. E não era ruim a sensação de segurança, mas, a vida de Rapunzel não é pra mim. E, como foi libertador! Saber que eu aguento o tranco fora dos muros.
Por vezes, me vi solitária dentro dessas muralhas, como que me protegendo do ataque iminente, em contagem regressiva. Como uma criança se escondendo do bicho-papão. Embaixo da cama, olhando os pés que poderiam entrar a qualquer momento, como num filme de terror. Um esperar inexplicável, apenas sentido. Sem razão de ser, mas plausível.
Já perdoei o imperdoável, já me fiz imperdoável.
Já feri de morte, já morri por dentro.
Todavia, basta um acalanto, basta um olhar atento e cauteloso para minha alma, basta uma pedrinha de açúcar para adoçar o meu café. Basta que eu note que me ouviu atentamente, mesmo quando falo a mais desconexa das frases.
E, então, você me verá.
Verá minha humanidade, minha essência, meus medos, minhas certezas, minhas razões, minhas paixões.
E, se ganhar minha confiança, passará a fazer parte de tudo isso. Da minha bagunça organizada. Do meu sistema. Do meu universo, ora selvagem, ora dócil. Mas, com um céu cheio de estrelas para iluminar a noite. Uma atmosfera totalmente respirável e água potável, de onde brotará muita vida.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
NOVA VAGA - 17/12/2024