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Formada em Direito, Administração com ênfase em Comércio Exterior e pós-graduada em Comunicação Corporativa pela Universal Class da Florida.
É lider climate reality change pelo Al Gore e ceo do site Belicosa.com.br onde escreve sobre comportamento digital e Netnografia.

Um mundo sem e-mail

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publicado em 02/11/2022 ás 07h26

Reemaginando o trabalho na era da sobrecarga de informação

 

Estamos tão acostumados a um dia de trabalho orientado pelo caixa de entrada, que é difícil imaginar um mundo sem e-mail. Mas alternativas existem.

A pandemia amplificou e complicou nossa relação com a tecnologia. Somos mais desatentos, estressados e sempre temos a sensação de exaustão porque falta mais uma tarefa digital para encerrar o dia.

Já parou para pensar como a conectividade do trabalho moderno faz a gente menos improdutivo?  Isso se deve a suposição de que nosso trabalho deve ser centrado em conversas continuas alimentada por mensagens não programadas e nem estruturadas o tempo todo.

A cultura da distração e a sobrecarga de informação estão fazendo o exercício do trabalho atual ser cada vez menos proveitoso. Mas ninguém questiona se a maneira como estamos trabalhando esta funcionando?

E a resposta é sim, Carl Newport professor de ciência da computação em Georgetown fala em seu livro “um mundo sem e-mail”, que nossa maneira de trabalhar esta quebrada e precisamos conserta-la.

O argumento dele não é taxativo, Carl além de nos dizer que estamos trabalhando de maneira errada ao metralhar equipes com nossos e-mails, fornece alternativas para uma vida mais produtiva.

Mas será que é possível um mundo sem e-mail? Pasme! É possível e Carl nos orienta como podemos trabalhar sem e-mail, além de nos dar exemplos de inúmeras empresas que não utilizam e-mails em sua estrutura de trabalho.

Newport oferece um diagnostico claro e sugere que estamos tratando os sintomas não as causas da doença de tanta falta de foco, produtividade e descontentamento nos escritórios de todo o mundo.

Então como podemos trabalhar de forma inteligente? Como podemos ser mais proativos em ambiente de trabalho? Segundo Carl a receita é essa.

Capital de atenção:

Trate sua atenção como recurso valioso e perceba que responder e-mails é a coisa menos valiosa que você faz como trabalhador do conhecimento.

Processo:

Desenvolva processos de trabalho que maximizem a quantidade de valor gerado a partir da sua atenção. Basicamente comece a usar quadros de tarefas em vez de e-mails para organizar o trabalho.

Protocolo é tudo:

Estruture os processos de trabalho individuais de sua equipe para otimizar a coordenação entre os trabalhadores

Principio da especialização:

Permita que trabalhadores do conhecimento trabalhem em menos coisas de forma mais profunda, delegando tarefas rotineiras. Sim, se é você que faz essa função precisa de um assistente.

Se você estiver familiarizado com o trabalho de Newport ou se estiver interessado em produtividade no local de trabalho, você tem opiniões fortes sobre sistemas de arquivamento, agora senão Carl vai causar uma revolução no jeito como encaramos nossas rotinas de trabalho.

Esse e muitos outros autores que propõem trabalhos com menos sobrecarga de informação tem algo em comum, se concentram na atenção como o maior valor disponível no mercado no momento.

Um mundo sem e-mail deixa claro o que muitos já sabiam intuitivamente, mas ainda não conseguiam explicar. Que tecnologia demais atrapalha mais do que cria soluções.

Audaciosa e inovadora a proposta de Carl nos alerta para que o futuro do trabalho, não seja mais tecnologia e sim a exigência de que equipes trabalhem juntos e que colaboração esteja inserida nesse processo.

Os requisitos de uma vida minimamente distraída e ainda sim moderna passam pela reflexão de que estamos utilizando a tecnologia de forma errada e que ela precisa ser encarada como ferramenta não como pretexto de que estamos realizando algo.

Talvez a provocação de Carl sirva para muitos de nós, que trabalha utilizando a internet, mas que precisa recalcular a rota e direcionar a atenção e foco para o que realmente importa.

Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia. Belicosa.com.br

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB