João Pessoa, 04 de novembro de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Todas as tempestades passam, mesmo aquelas que demoram quatro anos. Quando as tempestades se vão, há de se recolher o choro e dele tirar forças para construir as bonanças que se avizinham; assenhorar-se das dores, não para tê-las como referências de passado estendido, mas para a aprendizagem de construção de futuro; varrer o chão encharcado, averiguar as pontes que estão em pé, as que estão avariadas mas que ainda servem de passagem; colher o silêncio e dele retirar o sumo das lições não aprendidas no barulho da violência e, se tiver um tempinho, olhar para a lua, talvez, em um céu de renovadas nuvens, ela sacuda suas anáguas soprando a esperança sobre a terra. Muitas vezes é somente a esperança que existe.
Todas as tempestades se vão, mesmo aquelas que demoram quatro anos. Quando as tempestades se evaporam, há de se lembrar que elas têm causas e reticências; as causas, são parâmetros de futuro, hão de servir de aprendizagem; as reticências exigem a sagacidade das boas ponderações, pois dentro delas as imponderações estão armadas.
Todas as tempestades são passageiras. Quando as tempestades dizem adeus, um novo estado exige soluções necessárias e firmes. Deixar no passado a arrogância e a truculência; recompor as legalidades das trovoadas mal sucedidas; pôr a ordem no caminho da democracia vilipendiada; auscultar o pulsar das necessidades mais prementes e reconstruir a nação sob o império da boa vontade e da compreensão.
E apurar os crimes. Tempestades afoitas deixam um rastro de crimes; crimes não punidos são como as sementes de ervas daninhas, logo renascem, se revigoram, se alastram e formam novas nuvens perigosas em formação de novas ou renovadas tempestades de granizo. Deixemos isso com a lei; a lei é boa conselheira para os desordeiros e criminosos.
No mais, comemorar o tempo, este senhor da razão, baluarte das ressignificações, o pai de todas as esperanças e quanto àqueles que se vestem de luto pelo morrer das tempestades, nada há de se fazer; esperar que engulam o choro nem que sejam enrolados numa bandeira verde amarela que até pouco fediam a catarro e ranço.
No mais, a constituição é como a esperança: têm vida e existe com mais de quatro linhas. Quem tem juízo, aprende a ler a vida com galhardia e apreço. Viva a democracia!
@professorchicoleite
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TURISMO - 19/12/2024