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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

São Paulo, mas eu prefiro o Rio

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publicado em 05/11/2022 às 07h00
atualizado em 05/11/2022 às 05h27

Meu, eu tô sozinho, minha mulher está em São Paulo e meu filho no Rio. Eu sei que São Paulo é como o mundo todo, mas quando passei temporadas lá, no bairro de Pinheiros, era uma maravilha. Não tinha quase ninguém morando nas ruas. Minha mulher está assustada.

Minha mulher viu o ritual cruel de brasileiros, de gente de todas as partes do mundo, vivendo nas calçadas de São Paulo – “em todo canto. São muitos”, ela diz. Entendi. É só olhar para rua, toda nua na cerimônia de quem levanta a vista, sacode a poeira e não dar a volta por cima. Por cima de quem? “Quando você se requebrar, caia por cima de mim”. O que é paraibana tem?

Meu filho adorou Copacabana, Leblon, o Aterro e o Flamengo e realizou um sonho: foi assistir o Flamengo no Maracanã, ele, Eudes, Beto, Ian, João e acho que Mauro também. Adoro os amigos dele.

Meu filho é um amor de pessoa. À primeira vista, ele disse que o Rio parecia com a praia de Boa Viagem, mas belo é o Recife pegando fogo na pisada do maracatu. Depois, ele disse que nada se compara ao Rio. Tudo é rio, meu filho.

Não sei ele viu Drummond, Caymmi e Jobim estáticos, porém vivos, ou dona Clarice Lispector, com o coração selvagem de seu cão, na praia do Leme. Mas ele adorou o Rio, o pai dele também adora, a cidade mais bonita do mundo.

Minha mulher disse não ter gostado tanto dessa vez de São Paulo, com as calçadas cheias de mendigos, embora tenha encontrando os primos, os Córdula – Américo, Lara e Raul. Ela prefere o Rio e eu quero ir para Miami encontrar amigos na Florida.

A demora traz a saudade. Eu que amo muito, peço que a pessoa quando se for demorar, não se vá tão cedo

Ao lado do Cristo Redentor, meu filho vê o Rio de Janeiro que o destino quis.

Eu busco um sinal, escuto dois jovens negros cantando os blues do Djavan.

Gente é assim, nasceu para brilhar no espaço do seu lugar. E não existem distâncias.

O Rio continua lindo!

Kepetadas

1 – Meu pai sempre disse pra estudar e eu achava que era pra vencer na vida. Hoje eu sei que é pra não passar vergonha.

2 – Pensando em me amarrar em uns balões aí…

3 – Som na caixa: “Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil, cidade maravilhosa, coração do meu Brasil’, André Filho

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB