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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Meu traço em você, seu destino em mim

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publicado em 07/11/2022 às 07h00
atualizado em 06/11/2022 às 15h41

Sobre as marcas que carregamos em nós…

Há aquelas que nós próprios impingimos. Outras, são feitas por terceiros. Algumas sob nossa anuência, outras, sem que percebamos. Algumas de forma abrupta, outras, demorada e silenciosamente. Mas, todos nós as temos.

Várias dessas marcas parecem-se com belos desenhos. Tatuagens de traços finos e delicados que nos enfeitam a tez. Estas, penduramos em estandartes, elevamos em pedestais que as mostrem ao mundo. Forjadas na infância, no amor, na amizade.

Marcas profundas, cicatrizes, vestígios, reminiscências. Ferozes algozes, dia e noite. Não as mostramos. São sombras. Alguns, mais perspicazes, as veem, chegando um pouco mais perto. Mas, a maioria não as enxerga. Somos bons em escondê-las. Abrimos, ou não, quando identificamos os confins do outro. Também forjadas na infância, no amor, na amizade.

Carimbos, timbres… somos eles. Eles são quem somos. O que fazemos com eles, ou por causa deles, ou apesar deles, pode forjar marcas em outras pessoas. O que fazemos pode se transformar em um lindo esquisso. O que fazemos pode destruir toda uma configuração.

Somos mutuamente ilustradores uns dos outros. Usemos nossos pincéis, nossos estiletes, nossos boleadores, sabendo que outros os usarão em nós. Façamos nos outros os traços que queremos que sejam feitos em nós. Quanto àqueles feitos por nossas próprias mãos, em nós mesmos, sejamos igualmente responsáveis. É um círculo que vai e que vem.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB