João Pessoa, 14 de novembro de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Anseio por um lugar sereno. Sereno no amor; no pensar, no falar, no sentir, mas, principalmente no agir.
Sereno no ouvir como se não ouvisse, no sentir como se não sentisse. Pensar, como se não pensasse.
Serenidade para enfrentar o infortúnio. Serenidade para lidar com a fortuna.
Desejo de brisa, de brisa azul, de espumas brancas, do leva e traz que balança a ternura. Junto à brisa, o mistério de um olhar que contempla e se veste de uma profunda intimidade, ainda que as ondas não lhe toquem a pele, de tão sensível. Desejo de mar.
A serenidade do sorriso, da beleza poética, singela e inocente, do afeto que se evidencia a cada toque.
A serenidade do abraço sem dúvidas, sem medo, completo e sem dor. Do abraço sem caos. Do beijo simples, sem outras intenções, apenas por estar contente, por estar perto, por querer bem. Por querer aconchegar. Por estar exatamente onde deveria estar.
A serenidade do olhar que pergunta se está tudo bem e que faria de tudo para que ficasse, mesmo que o único poder fosse o desejar. Sereno e sincero perguntar.
A serenidade da chuva, dos pingos na janela. Gotas que caem dos olhos fabricando poesia. A poesia que não existiria sem elas.
A serenidade de um dia que chega, trazendo outros que se parecem com os que um dia existiram. Dias em que, mesmo em meio ao caos, tudo era sereno.
Serenidade para estar bem, mesmo que esses dias nunca mais existam. Para esperar, mesmo num terreno infértil para a esperança.
Serenidade para que o coração consiga amar, mesmo em tempos onde o amor perdeu o seu valor. Tempos difíceis, até mesmo para se desejar. Mas, não paro, pois não custa tentar. Caro seria desistir.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
NOVA VAGA - 17/12/2024